O ano de 2025 trouxe avanços importantes na oncologia que, segundo especialistas, ampliaram opções de tratamento e de detecção precoce para pacientes.
Entre os destaques está o desenvolvimento do medicamento não hormonal elinzanetant, que apresentou resultados promissores na redução dos sintomas da menopausa induzida por tratamento do câncer de mama e aguarda avaliação regulatória nos próximos meses.
Ainda neste campo, o Ministério da Saúde atualizou os protocolos de rastreamento mamográfico, passando a permitir, pela primeira vez, mamografias sob demanda para mulheres de 40 a 49 anos no SUS, uma mudança que autoridades e oncologistas dizem poder melhorar as chances de diagnóstico precoce.
A atenção ao câncer de próstata também avançou em 2025: houve ampliação do acesso à cirurgia robótica, refinamento de técnicas de radioterapia e surgimento de novas drogas que, em conjunto, têm potencial para alongar e qualificar a sobrevida dos pacientes, inclusive em estágios mais avançados da doença.
Pesquisas publicadas em veículos internacionais e apresentadas na conferência da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) reforçaram o papel do estilo de vida na redução de recidivas. Estudos divulgados na New England Journal of Medicine indicaram que a prática regular de exercícios diminui de forma significativa o risco de retorno do câncer de intestino e melhora a sobrevida pós-tratamento, levando especialistas a tratar a prescrição de atividade física como parte integrante do cuidado oncológico.
Para 2026 as projeções permanecem otimistas. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou planos de ampliar o acesso à terapia celular CAR-T no Brasil, com ofertas projetadas tanto para o SUS quanto para a rede privada. Paralelamente, um CAR-T produzido nacionalmente pelo Instituto Butantan em parceria com o Hemocentro de Ribeirão Preto e a USP segue em tramitação e tem expectativa de avançar rumo ao registro no segundo semestre de 2026.
Especialistas veem na disseminação dessa imunoterapia uma oportunidade de ampliar alternativas terapêuticas, especialmente para neoplasias hematológicas e, futuramente, para estudos em tumores sólidos.
A inteligência artificial também ganhou espaço nas projeções do setor, com previsões de uso ampliado na interpretação de exames e na análise de dados clínicos para acelerar diagnósticos e reduzir procedimentos invasivos, sempre atuando como suporte ao médico.
Para o oncologista Carlos Fruet, os progressos observados em 2025 consolidaram um momento de transformação acelerada na área e indicam que 2026 pode trazer novas evidências e tecnologias que melhorem as chances de cura e a qualidade de vida dos pacientes.