Indicadores do setor apontaram aumento no custo do etanol nas últimas semanas, tendência que tem impacto direto nos preços praticados pelos postos de Ribeirão Preto.
Segundo a Associação Núcleo de Postos de Ribeirão Preto (ANPRP), o Índice Esalq/USP registrou elevação de cerca de 10% entre 1º de agosto e 1º de setembro, passando de R$ 2,6239 para R$ 2,884 o litro vendido das usinas às distribuidoras.
O reajuste nas usinas tende a ser repassado pelas distribuidoras aos postos e, por conseguinte, aos motoristas, conforme novas remessas chegarem com custo maior, explica o presidente da ANPRP, Fernando Roca.
Especialistas e líderes do setor apontam duas causas principais para a alta: menor oferta e maior demanda. A política federal que elevou, a partir de 1º de agosto, a mistura obrigatória de etanol anidro na gasolina de 27% para 30% aumentou o consumo do biocombustível. Em vez de reduzir o preço da gasolina, como pretendido, a medida pressionou para cima o valor do etanol diante do recuo na produção.
Dados da UNICA mostram queda na moagem de cana na região Centro-Sul de 8,57% no acumulado até 1º de agosto da safra 2025/26; estimativas da Canaoeste e da SCA apontam projeção de aproximadamente 5% menos moagem em relação à safra anterior. Com estoques mais enxutos, a relação entre oferta e demanda favoreceu a alta de preços.
Para minimizar o impacto no bolso, a ANPRP recomenda pesquisa de preços e abastecimento em estabelecimentos de confiança. Roca lembra também a regra prática de paridade: quando o litro do etanol custar até 70% do preço do litro da gasolina, compensa abastecer com etanol.
Motoristas devem ficar atentos às mudanças nas próximas semanas, à medida que novas remessas e ajustes de tabela chegarem aos postos da cidade.