Uma criança de seis anos acabou urinando na sala após ter, segundo a família, sido impedida de ir ao banheiro durante a aula na Escola Municipal Professora Maria Inês Vieira Machado, no Complexo Ribeirão Verde. O caso foi relatado pela mãe da aluna, que registrou reclamação na própria unidade e na Secretaria Municipal da Educação.
De acordo com a mãe, a menina pediu permissão duas vezes no início da aula seguinte ao recreio, mas ouviu que o uso do banheiro deveria ser feito apenas no intervalo. Ao transbordar a necessidade da criança, colegas ajudaram e a escola forneceu uma peça de roupa, enquanto o uniforme úmido foi colocado na mochila. A família afirma ainda que não foi avisada pela direção no momento do ocorrido e só soube quando a filha voltou para casa com outra roupa.
O episódio ganhou atenção após circular um comunicado atribuído à gestão da escola que determina horários em que os alunos podem deixar a sala para usar banheiros ou bebedouros. Segundo o documento, os alunos teriam permissão durante as três primeiras aulas antes do recreio e novamente na quinta e sexta aulas; a quarta aula, logo após o recreio, estaria restrita, com exceção de casos de urgência. O texto também orientava que os alunos levassem garrafas de água e usassem o intervalo para hidratação e necessidades pessoais, além de pedir que só um aluno saísse por vez.
Pais e responsáveis ouvidos disseram que a orientação foi divulgada informalmente em grupos de bairro e que nem todos receberam comunicado oficial. Uma mãe relatou ter registrado denúncia por telefone e e-mail à Secretaria e não ter obtido retorno imediato.
A direção e professora da escola justificaram que a reorganização dos horários foi adotada após episódios de depredação e brigas nos sanitários ocorridos depois do recreio, e que houve falhas na comunicação interna sobre a nova rotina. A gestão também afirma que exceções por urgência podem ser autorizadas.
A Secretaria Municipal da Educação informou que não houve proibição do uso dos banheiros e que a rotina foi ajustada para proteger as instalações sanitárias. A pasta confirmou que, no dia 19 de setembro, o banheiro principal chegou a ficar fechado por causa de um cano estourado, mas disse que um sanitário alternativo foi disponibilizado aos alunos. A equipe gestora da escola prestou esclarecimentos à Secretaria, que declarou estar apurando o caso com rigor.
A família aguarda posicionamento formal e possíveis medidas para evitar recorrência, enquanto a prefeitura mantém investigação sobre a ocorrência e as práticas de uso de sanitários na unidade.