A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a vacina contra dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan, destinada a pessoas de 12 a 59 anos. O imunizante, administrado em dose única, deve ser incluído no Programa Nacional de Imunizações (PNI), embora calendário e faixa etária de início da vacinação dependam de definição do Ministério da Saúde. O anúncio foi feito hoje na sede do Butantan, em São Paulo.
O instituto informou que já produziu mais de um milhão de doses disponíveis para repasse ao PNI e firmou parceria com a chinesa WuXi para aumentar a capacidade produtiva. Pelo acordo, a previsão é ampliar a oferta para cerca de 30 milhões de doses no segundo semestre de 2026, o que pode acelerar a cobertura vacinal em todo o país, inclusive na região de Ribeirão Preto.
Os resultados que embasaram a autorização são provenientes de um acompanhamento de cinco anos de ensaio de fase 3, com mais de 16 mil voluntários em 14 estados. Na população aprovada (12 a 59 anos), a vacina apresentou eficácia geral de 74,7%, 91,6% contra formas graves e com sinais de alarme, e 100% de proteção contra hospitalizações por dengue. O imunizante contém antígenos dos quatro sorotipos do vírus e mostrou-se eficaz tanto em pessoas previamente expostas quanto em soronegativos. Eventos adversos foram, em sua maioria, leves ou moderados, como dor no local da aplicação, cefaleia e fadiga; casos graves relacionados ao produto foram raros e com recuperação completa.
Autoridades do Estado destacaram a importância do avanço para a saúde pública e para a autonomia tecnológica do país. Para a população local, a perspectiva é de redução do risco de surtos e de internações por dengue nos próximos anos, especialmente se a distribuição pelo PNI for rápida.
O Butantan também informou que estuda ampliar a indicação da vacina para pessoas de 60 a 79 anos, há autorização da Anvisa para conduzir esse estudo, e que continuará a coletar dados para avaliar a inclusão de crianças de 2 a 11 anos, faixa em que os estudos iniciais indicaram segurança. A decisão final sobre novas faixas etárias seguirá os resultados desses ensaios e deliberação regulatória.