A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso do medicamento Mounjaro, que contém tirzepatida, para o tratamento da obesidade no Brasil.

Apesar da aprovação recente, a comercialização irregular do remédio já está acontecendo em redes sociais, especialmente em Ribeirão Preto. Perfis no Instagram oferecem pacotes com quatro doses por R$ 1.490, prometendo entrega no mesmo dia, sem exigir receita médica ou acompanhamento profissional.

A venda é realizada por mensagens privadas e WhatsApp, desrespeitando as normas da Anvisa e expondo os consumidores a riscos à saúde.

O perfil que comercializa o Mounjaro exibe fotos e vídeos mostrando a rotina de entregas e disponibiliza envio para várias cidades do estado de São Paulo, inclusive via Correios, ampliando o alcance da venda ilegal. Com uma comunicação informal, o perfil atrai seguidores e clientes ao prometer emagrecimento rápido e seguro. Em publicações, o administrador responde dúvidas sobre a origem do medicamento e emissão de nota fiscal.

O nutrólogo Rodrigo Schöder alerta que o Mounjaro não é uma solução milagrosa, mas uma ferramenta para auxiliar no tratamento da obesidade e distúrbios metabólicos. Ele destaca os possíveis efeitos colaterais, como náuseas, vômitos e diarreia, e reforça que o uso deve ser prescrito e acompanhado por um profissional de saúde. O medicamento é contraindicado para menores de 18 anos, gestantes, lactantes, pessoas com pancreatite ou histórico familiar de carcinoma medular da tireoide, entre outras condições, e requer avaliação médica individualizada. Além disso, o remédio não promove cura definitiva, devendo ser parte de um tratamento contínuo e personalizado.

Para coibir o uso indiscriminado, a Anvisa determinou que, a partir do dia 23 de junho, farmácias deverão reter a receita médica para a tirzepatida e outros agonistas de GLP-1, como semaglutida e liraglutida. A receita deverá ser impressa em duas vias, ficando uma com a farmácia, e terá validade de até 90 dias.

A população pode denunciar a venda ilegal de medicamentos por meio de canais oficiais, como o site Fala.BR, o Disque Denúncia 181 e a Vigilância Sanitária local. As autoridades reforçam que essas denúncias são essenciais para proteger a saúde pública e combater práticas irregulares.