O artista nascido em Ribeirão Preto Dante Velloni inaugura no dia 8 de outubro, às 18h, a exposição Memento Mori, Réquiem na Galeria Candido Portinari do Palazzo Pamphilj, em Roma. A mostra, promovida pela Embaixada do Brasil em Roma, ficará aberta ao público de 9 a 30 de outubro de 2025, de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h, com entrada gratuita.
Na série apresentada, Velloni abandona a câmera fotográfica convencional e trabalha com imagens “cameraless” obtidas pelo contato direto de animais mortos sobre o vidro de um scanner. Segundo o artista, o trabalho nasce de um processo íntimo e ritualístico: ao encontrar um animal, ele interrompe atividades, escolhe posições coreográficas para o corpo sobre o vidro e registra a decomposição rápida junto à cenografia funerária que compõe cada peça. As imagens resultantes são impressas em Fine‑Art (pigmento mineral sobre papel de fibra de algodão), método que, de acordo com o artista, preserva a força expressiva e a delicadeza estética das obras.
A proposta já recebeu comentários da crítica: a curadora Sheila Leirner, que comandou as 18ª e 19ª Bienais de São Paulo, destacou a força conceitual das peças e sua ambiguidade, “naturezas mortas literais” que desafiam categorias tradicionais da fotografia e da pintura, afirmando o caráter solene e provocador do conjunto.
Dante Velloni nasceu em Ribeirão Preto, em 1954, e formou‑se em Artes Plásticas pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo (1977). Sua carreira reúne décadas de atuação como artista e docente em instituições como FAAP, Universidade de Ribeirão Preto, Faculdade Belas Artes de São Paulo e Universidade Federal de Uberlândia. Em 2017, criou a plataforma História da Arte Online, voltada à formação de estudantes no Brasil e no exterior. Velloni também é reconhecido por intervenções urbanas e por exposições internacionais em cidades como Bruxelas, Madrid e Barcelona; sua trajetória consta na Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais.
Com a apresentação em Roma, o artista ribeirão‑pretano amplia sua presença no circuito internacional de artes visuais, levando ao público europeu uma série inédita que articula reflexão sobre a morte, memória e o próprio ato de registro artístico.