Assessor financeiro é preso em Ribeirão Preto suspeito de desviar R$ 11 milhões por meio de relacionamentos

Testemunhas confirmaram aos investigadores que o assessor chegou a manter namoro com uma parente de uma investidora, o que teria contribuído para atrair aportes

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Nando Medeiros
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Assessor financeiro é preso em Ribeirão Preto suspeito de desviar R$ 11 milhões por meio de relacionamentos

A Polícia Federal prendeu o assessor financeiro Frederico Goz Biagi, investigado por integrar um esquema que teria desviado cerca de R$ 11 milhões de investidores em Ribeirão Preto e região. A detenção ocorreu em Poços de Caldas (MG), segundo informações divulgadas pela PF na coletiva realizada hoje na sede da corporação em Ribeirão Preto.

De acordo com o delegado Marcelus Henrique de Araújo, Biagi usava a posição de assessor para se aproximar de pessoas com maior poder aquisitivo e construir um ambiente de confiança. A investigação aponta que o acusado oferecia aplicações com promessas de altos rendimentos e, paralelamente, criava vínculos pessoais, incluindo relacionamentos afetivos com algumas vítimas, para reforçar a credibilidade e facilitar a captação de recursos.

Testemunhas confirmaram aos investigadores que o assessor chegou a manter namoro com uma parente de uma investidora, o que teria contribuído para atrair aportes. Em depoimento, a PF descreveu uma “engenharia social” montada para convencer terceiros a entregar os valores a Biagi.

A apuração indica que ele captava valores prometendo aplicação no mercado financeiro, mas os recursos foram usados em operações de day trade e para benefício pessoal, resultando em perdas para os investidores. Segundo Araújo, a atuação suspeita do acusado remonta, no mínimo, a 2020. Inicialmente pessoa física, ele formalizou uma empresa em maio de 2023 e, já em junho daquele ano, desviava os aportes recebidos, direcionando transferências para contas alternativas antes de se apropriar dos montantes.

O delegado também informou que Biagi trabalhava como assessor em um grande escritório de investimentos, o que lhe teria fornecido acesso a credenciais e a um público de potenciais investidores. A defesa do investigado foi procurada pela reportagem e informou que não iria se manifestar.

A Polícia Federal segue com as diligências para identificar o total de vítimas e recuperar os valores. Novas informações sobre prisões, mandados cumpridos e medidas cautelares serão divulgadas conforme o andamento do inquérito.