Atividades em Ribeirão reforçam debate contra o racismo e pedem ação permanente além da Semana da Consciência Negra

Durante novembro, Ribeirão Preto registrou uma série de iniciativas que colocaram no centro o combate ao racismo e a valorização da cultura afro-brasileira

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Nando Medeiros
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Atividades em Ribeirão reforçam debate contra o racismo e pedem ação permanente além da Semana da Consciência Negra

Durante novembro, Ribeirão Preto registrou uma série de iniciativas que colocaram no centro o combate ao racismo e a valorização da cultura afro-brasileira. No Sesc, o Projeto Vozes da Diáspora e o Festival Afroviva, promovidos pela Secretaria Municipal de Cultura e pelo CONDEPIR, homenagearam lideranças como Adria Bezerra, Mãe Neide, Macalé, Maria Helena Ramos de Oliveira, José Carlos Barbosa, Regina Brito e Seu Nascimento, em atividades que reuniram artistas, militantes e público local.

Organizadores e participantes lembraram episódios recentes que mostram os desafios ainda presentes. Citou-se, por exemplo, a intervenção policial em uma escola municipal após denúncia de um pai sobre a exibição de um desenho de orixá: policiais armados entraram na unidade, constrangendo profissionais que seguiam o currículo que prevê ensino da história e cultura afro-brasileira (Lei Federal 10.639/2003). O caso foi apresentado como indicativo de como a intolerância religiosa e o racismo permanecem ativos, mesmo com maior visibilidade da cultura negra na mídia e nas redes sociais.

Nos eventos, especialistas e lideranças defenderam que a luta contra o racismo não deve ficar restrita a uma semana de atividades. Foi enfatizado que o enfrentamento requer medidas cotidianas: formação permanente de professores, fortalecimento de políticas públicas com recorte étnico-racial na educação, saúde e segurança, e ações que promovam representação e inclusão em diferentes espaços sociais.

Organizadores concluíram que a visibilidade alcançada recentemente precisa ser convertida em políticas e práticas duradouras. Segundo participantes, a transformação dependerá da disposição individual e coletiva de abandonar a neutralidade diante das desigualdades e de agir diariamente para assegurar igualdade de oportunidades e respeito às tradições afro-brasileiras.