A Associação Núcleo Postos Ribeirão Preto informou que o preço do etanol repassado pelas distribuidoras aos revendedores subiu, em média, R$ 0,10 por litro nos últimos 15 dias. O levantamento da central de monitoramento da entidade, que reúne cerca de 100 postos da região, aponta efeito direto na formação de preço ao consumidor.
Segundo o presidente da associação, Fernando Roca, a alta é explicada pela combinação do aumento da demanda típica do fim de ano, com mais veículos em circulação durante o período de férias, e pela entressafra da cana-de-açúcar, quando muitas usinas do Centro-Sul diminuem ou suspendem a produção. Com oferta menor, as usinas reajustaram valores às distribuidoras, que repassaram parte do aumento aos postos.
Roca afirmou que é provável que os reajustes repercutam nas bombas na mesma proporção aplicada pelas distribuidoras. Ele também alertou para o efeito cascata sobre a gasolina: hoje a composição inclui 30% de etanol, de modo que qualquer elevação do biocombustível tende a pressionar o preço final da gasolina.
Além da volatilidade do etanol, Roca lembrou que a partir de 1º de janeiro de 2026 entra em vigor o aumento da alíquota fixa do ICMS sobre a gasolina, que passará de R$ 1,47 para R$ 1,57 por litro, o que pode tornar o início do ano mais oneroso para os motoristas.
Dados da Abicom citados pela associação mostram que, nesta sexta, a gasolina ainda apresenta margem positiva em relação ao mercado internacional, cerca de 10% nos polos da Petrobras e 9% nos polos privados, o que, segundo o setor, indica espaço para eventual redução do preço da gasolina e, consequentemente, para aliviar pressões sobre o etanol caso haja ação das distribuidoras ou da estatal.
Enquanto a situação não se estabiliza, a entidade recomenda que motoristas pesquisem preços e priorizem postos de confiança, desconfiando de promoções muito abaixo da média. Roca também reforçou a regra prática para escolha do combustível: se o etanol custar até 70% do preço da gasolina, tende a ser a opção mais vantajosa para o consumidor.
O mercado local agora aguarda possíveis posicionamentos das distribuidoras e da Petrobras que possam amenizar o repasse de custos até o início da nova safra, previsto para o fim de fevereiro ou começo de março de 2026.
