Em 2022, mais de 1700 animais silvestres foram atendidos no hospital veterinário do Bosque Zoológico
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O Hospital Veterinário do Bosque Zoológico Fábio Barreto conta com uma ampla estrutura e equipe multidisciplinar para o atendimento completo de animais silvestres vitimizados na região de Ribeirão Preto. Nessa terça-feira, 7, será realizada a soltura de 26 animais reabilitados nos municípios de Descalvado e Matão, com autorização de soltura junto ao SEMIL/ DEFAU (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística/Departamento de Gestão de Fauna Silvestre do Estado de São Paulo). No ano de 2022 mais de 1700 animais tiveram atendimento no Hospital Veterinário. Neste ano, foram 645 atendimentos.
Dentre esses 26 animais, destaca-se a história de um gato-do-mato pequeno (Leopardus tigrinus), que deu entrada ainda filhote no mês de setembro de 2022, por meio da Polícia Ambiental. O animal foi encontrado em uma fazenda no município de Cajuru e foi reabilitado no Bosque Zoológico.
“Quando definimos que o animal deve ir para a reintrodução, temos que evitar ao máximo a humanização, situação difícil principalmente com os mamíferos. Procuramos fazer com que o animal se alimente e se locomova procurando abrigo sozinho. Também estimulamos que o animal possa a interagir com indivíduos de sua espécie”, destaca o biólogo Dr. Otávio Almeida.
O zootecnista Alexandre Gouvêa enfatiza “que o manejo alimentar e nutricional de filhotes de mamíferos silvestres preconiza não oferecer leite da forma ad libtum (à vontade), mesmo porque em ambiente natural não é dessa maneira. A mãe em ambiente natural deixa os filhotes em tocas, e saem para forragear durante a noite, já que são predominantemente noturnos. Além disso, como os leites de diferentes espécies apresentam composições variadas de proteínas e gorduras é necessária atenção na escolha do sucedâneo. Em relação ao filhote de gato do mato, tivemos que suplementar com outros ingredientes, por exemplo, para aumentar a quantidade de gordura e proteína”.
Após laudos de exames biológicos e veterinários, o animal foi identificado com a utilização de um microchip e será destinado à soltura em Descalvado.
O protocolo básico de recepção de animais envolve uma equipe multidisciplinar com a atuação integrada de profissionais da área de zootecnia para o manejo alimentar; biologia com manejo comportamental e interação com outros animais; e setor de veterinária com a parte sanitária.
Os animais silvestres vitimados chegam ao Hospital Veterinário provenientes da ação da fiscalização ambiental, resgates ou entrega voluntária por meio da Guarda Civil Municipal; Corpo de Bombeiros; Polícia Ambiental ou munícipes. Após passar pelo setor de medicina veterinária para a realização de exames, análises laboratoriais e físicas, o animal é encaminhado para o setor de quarentena garantindo a preservação de outros animais.
Dentre os procedimentos adotados pela equipe está a identificação ou marcação através de anilhas ou microchips, avaliação ambulatorial, recuperação nutricional, exames coproparasitológicos, reabilitação, laudos de sanidade, aptidão para soltura e destinação com autorização as Secretaria Estadual de Meio Ambiente.
“É feita a avaliação biológica para verificar se esse animal apresenta o instinto preservado. Caso não seja identificada a necessidade de se manter no zoológico, existe a soltura imediata, prevista em legislação”, explica Otávio. “Caso o animal necessite de uma reabilitação, como no caso de ter passado por uma cirurgia, ou ser um filhote órfão, é necessário reabilitar esse animal para que ele aprenda a comer, a se desenvolver. Quando ele adquire uma robustez, retorna para a natureza com autorização de soltura feita pelos órgãos competentes estaduais”, detalha o biólogo.
Animais autorizados para soltura nesta terça-feira, 7:
01 coruja orelhuda
01 gavião carijó
02 periquitos do encontro amarelo
01 coruja buraqueira
01 corujinha do mato
15 maritacas
02 corujas suindaras
01 anu branco
01 papagaio verdadeiro
01 gato do mato