O Botafogo Futebol Clube de Ribeirão Preto apresentou à Justiça a relação dos credores depois que o Tribunal de Justiça de São Paulo autorizou, em agosto, a adoção do Regime Centralizado de Execuções (RCE). Segundo apuração, a dívida cível do clube soma cerca de R$ 20 milhões distribuídos em aproximadamente 20 processos, valor que deverá ser quitado por meio do RCE.

Embora o montante tenha sido formalizado aos autos, não há um plano detalhado de pagamento nem prazo definido para a quitação. Com a instauração do RCE, a Justiça determinou no início de agosto a suspensão, por 60 dias, de todas as execuções, cumprimentos de sentença e medidas constritivas contra o BFC, medida que, em teoria, mantém as ações em um único juízo e evita decisões isoladas que possam comprometer as finanças do clube.

O presidente do clube, Eduardo Esteves, declarou no começo de agosto que a associação terá “muitos anos” para realizar os pagamentos e apontou a possibilidade de utilizar parcela da receita bruta conforme a legislação aplicável às SAFs. Ele também afirmou que há chance de bloqueio da penhora sobre ações, o que, segundo ele, seria fundamental para preservar receitas vinculadas às cotas e garantir a estabilidade financeira do clube.

O RCE já havia sido utilizado em outros clubes paulistas, como Corinthians, Santos, Portuguesa e São José, e agora passa a vigorar para o Botafogo de Ribeirão. A suspensão das execuções, iniciada no começo de agosto, permanece em vigor até o término do período de 60 dias determinado pela Justiça, prazo que deve dar espaço para a elaboração de um cronograma de quitação das dívidas apresentado nos autos.