Há pouco mais de um mês entrou em operação nas rodovias da região um sistema de monitoramento com câmeras e inteligência artificial que tem registrado, em média, 90 flagrantes diários de irregularidades. As imagens capturam principalmente motoristas e passageiros sem cinto de segurança e condutores utilizando o celular ao volante, inclusive em caminhões e outros veículos de carga.

O material é transmitido em tempo real ao Centro de Controle da concessionária Arteris Via Paulista, onde policiais militares rodoviários fazem a checagem final antes da lavratura do auto de infração. Segundo a corporação, as imagens não têm finalidade de identificar rostos, mas sim de documentar comportamentos irregulares. Motoristas autuados podem, se quiserem, solicitar acesso às gravações que originaram a multa.

As penalidades variam conforme a gravidade: as infrações vão de graves a gravíssimas, resultando em cinco a sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e multas entre R$ 195,23 e R$ 293,47.

Levantamento da concessionária revela que o desuso do cinto continua frequente: 14% dos motoristas flagrados circulavam sem o equipamento e 36% dos passageiros no banco traseiro também não o utilizavam no momento da checagem.

Especialistas alertam para os riscos associados ao uso do celular ao dirigir. Dados da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) citados pela concessionária indicam que manusear o telefone ao volante aumenta em até 400% o risco de acidentes e é apontado como a terceira maior causa de mortes no trânsito no país — cerca de 154 óbitos por dia atribuídos a essa prática, segundo a entidade.

A Arteris Via Paulista informou que o sistema pode ser ampliado para cobrir outros trechos da malha rodoviária, com o objetivo de ampliar a fiscalização preventiva e estimular mudanças de comportamento entre condutores e passageiros. A concessionária e a Polícia Militar Rodoviária defendem que a tecnologia complemente ações educativas e reduza o número de acidentes nas estradas.