O Canil da Guarda Civil Metropolitana (GCM) de Ribeirão Preto reforçou a aposta em treinamento precoce e específico para garantir a continuidade das operações de apoio, especialmente no combate ao tráfico de drogas nas imediações de escolas municipais. A unidade mantém hoje três cães adultos em atividade operacional e quatro filhotes em diferentes fases de formação.
Os três cães de detecção de entorpecentes, Fenrir, Venon e Apache, são a vanguarda do Canil. Entre os mais jovens, o pastor belga malinois Conan, de oito meses, já passou para o estágio de treinamento técnico. Outros três filhotes, Braddock, Bolt e Hati, de cerca de três meses, seguem na etapa inicial de socialização, ambientação e acostumação a ruídos e manipulação humana.
Segundo o coordenador operacional José Augusto Jacintho Xavier, o GCM Xavier, a preparação começa muito cedo: entre o 3º e o 16º dia de vida os cães recebem Estimulação Neurológica Precoce. Em seguida vem a base do adestramento, contato social, adaptação a ambientes variados e estímulos para desenvolver impulsos de caça, presa e determinação, que permite a seleção da função específica de cada animal.
O treinamento técnico costuma iniciar por volta dos seis meses; cães destinados ao trabalho de mordida começam essa fase após a troca completa da dentição, aos sete meses. A carreira operacional dos animais pode durar até oito anos e em casos de plena saúde e interesse do cão, chegar aos dez anos.
Xavier frisou que o trabalho para os cães é, muitas vezes, percebido como brincadeira, o que facilita o engajamento dos animais nas atividades. A experiência do Canil já foi determinante em operações: em ação conjunta com a Polícia Civil em Cravinhos, por exemplo, os farejadores localizaram grande quantidade de drogas numa residência, prova que contribuiu para a condenação do responsável.
Criado em 2016, o Canil foi idealizado por Xavier e pelos GCMs Luchetti e Soares. Xavier soma 29 anos de carreira na Guarda e nove dedicados ao Canil, com especializações em cinotecnia, incluindo pós-graduação na área. Para ele, além do efeito operacional, os cães são instrumento de aproximação entre a corporação e a comunidade, atraindo interação e descontração em eventos públicos.
A unidade mantém o ritmo de capacitação para garantir substituição dos antigos cães de busca e captura, show dog e patrulha de abordagens, hoje aposentados, e preservar a eficiência em ocorrências envolvendo entorpecentes nas regiões sob atuação da GCM.
