A Prefeitura de Ribeirão Preto formalizou a cessão do campo de futebol do bairro Avelino Alves Palma ao Instituto Gigantes do Amanhã. O ato colocou fim a um uso informal do espaço e gerou reação do Grêmio Avelino Palma (GAP), time amador que diz cuidar do local desde 2016 e afirma ter investido recursos próprios na recuperação do campo e na realização de atividades sociais.
Segundo o GAP, dirigentes e voluntários revitalizaram o terreno, reconstruíram vestiários e promoveram ações comunitárias, como festas infantis. Em comunicado nas redes sociais, o clube lamentou a decisão da Prefeitura e reclamou da perda da gestão do equipamento que, segundo os membros, vinha sendo mantido com contribuições do próprio grupo.
A controvérsia incluiu menções políticas: dirigentes do GAP relacionaram a cessão ao vereador Junin Dêdê (PL), que já presidiu o Instituto Gigantes do Amanhã. O parlamentar afirmou ser apoiador de organizações do terceiro setor, ressaltou que não dirige mais a ONG e justificou o apoio por conhecer o trabalho da entidade junto a crianças e adolescentes. Junin Dêdê também disse ter recebido denúncias sobre supostas cobranças pelo uso do campo e venda de bebidas no local, práticas que classificou como incompatíveis com a vocação comunitária do espaço.
A Secretaria Municipal de Esportes informou, em nota, que formalizou a cessão ao Instituto com o objetivo de regularizar a utilização do terreno e que a entidade apresentou documentação e um plano de atividades esportivas. Ainda conforme a pasta, o projeto beneficiará cerca de 300 crianças e jovens, de 7 a 20 anos, oferecendo desde iniciação até especialização esportiva. A Secretaria afirmou que o espaço não possuía cessão anterior e que o processo está em conformidade com normas legais e administrativas.
Representantes do GAP rebatem as alegações de irregularidade e dizem que os valores arrecadados eram destinados à manutenção do próprio campo e às ações do clube. O impasse permanece aberto: o projeto do Instituto foi oficializado pela Prefeitura, enquanto o time amador ainda busca esclarecer e reivindicar a continuidade de suas atividades no local.
A Prefeitura e o GAP não informaram se haverá reunião para mediação do conflito ou se foi prevista alguma contrapartida para garantir o uso amador do espaço.