Pesquisadores chineses desenvolveram um curativo em gel que, segundo os autores do estudo, restaurou o fluxo sanguíneo e acelerou a cicatrização de feridas em modelos experimentais de diabetes. A tecnologia combina vesículas extracelulares modificadas a um hidrogel que libera, de forma controlada, moléculas que estimulam a formação de novos vasos na área lesionada.
Em testes laboratoriais e pré-clínicos, as feridas tratadas com o gel apresentaram fechamento quase completo em menos de duas semanas e mostraram aumento significativo da irrigação sanguínea local, em comparação com tratamentos convencionais. Os cientistas afirmam que o diferencial da abordagem é atuar na causa da má circulação, promovendo angiogênese, e não apenas proteger a superfície da lesão.
Para a população de Ribeirão Preto e região, onde o diabetes é uma preocupação de saúde pública, a descoberta representa uma expectativa de avanço no tratamento de úlceras e lesões que evoluem por má circulação e podem levar à amputação quando não cicatrizam.
Os criadores da tecnologia ressaltam, no entanto, que a etapa atual ainda é pré-clínica. Serão necessários ensaios clínicos em humanos para confirmar segurança, eficácia e viabilidade de produção em escala industrial antes da adoção em rotina clínica.
Especialistas ouvidos pela reportagem lembram que, enquanto novas terapias avançam, medidas de prevenção e cuidados locais permanecem essenciais: controle glicêmico, higiene adequada das lesões, avaliação médica regular e acesso a serviços de saúde para monitoramento.
A comunidade científica acompanha os próximos passos do trabalho, que poderá, se aprovado, oferecer uma alternativa terapêutica relevante para milhões de pessoas com diabetes em todo o mundo.