O Brasil registrou mais de 2,1 milhões de casos de estelionato em 2024, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, número que representa um aumento acumulado de 408% desde 2018.
Em Ribeirão Preto, autoridades policiais destacaram os métodos mais usados pelos criminosos e explicaram como a população pode se proteger. O Capitão Felippe de Holanda e Silva, comandante da 3ª Companhia do 51º Batalhão de Polícia Militar do Interior, e o delegado Gustavo André Alves, da Delegacia Seccional de Ribeirão Preto, orientaram medidas práticas de prevenção.
Entre os golpes mais frequentes está o chamado “presente de aniversário”, em que golpistas se fazem passar por entregadores ou funcionários para cobrar uma taxa de entrega antes de liberar um suposto presente. Segundo o Capitão Felippe, a abordagem pode ocorrer pessoalmente ou por meios digitais e não é prática adotada por empresas sérias.
Outro esquema recorrente envolve perfis falsos no WhatsApp: a partir de uma foto, os criminosos criam contas falsas e pedem transferências a amigos e familiares, aproveitando-se do apelo emocional, principalmente entre idosos. O comandante aconselhou confirmar identidade por ligação ou áudio e checar contatos antigos salvos antes de enviar qualquer valor.
A sextorsão, conhecida como golpe do “nudes”, também foi destacada. Nesse crime, criminosos exigem pagamento para não divulgar imagens íntimas. O delegado Gustavo recomendou que vítimas não façam transferências, reúnam comprovantes e registrem boletim de ocorrência para auxiliar nas investigações.
O falso boleto permanece como outra técnica usada pelos fraudadores: documentos adulterados são enviados por e‑mail, aplicativos de mensagem ou até pessoalmente. A recomendação é conferir o banco e os dados no aplicativo de pagamento e, em caso de dúvida, levar o boleto ao gerente da conta antes de pagar.
Para prevenir fraudes, a Polícia Militar orienta acionar o 190 ao identificar tentativa de golpe, enquanto a Polícia Civil pede o registro do boletim de ocorrência sempre que houver prejuízo ou ameaça. As forças policiais também promovem material educativo sobre crimes digitais.
Entre as práticas de segurança recomendadas estão: desconfiar de ofertas ou cobranças inesperadas, confirmar identidade por outros meios, não compartilhar dados pessoais com desconhecidos, ativar verificação em duas etapas em redes sociais e contas bancárias e manter antivírus atualizado.
Caso a vítima já tenha sofrido prejuízo, mantenha comprovantes de pagamento, números de transação e contatos usados pelos golpistas para facilitar a apuração pela polícia.
