Comandante do CPI-3 recebe ONG após morte de homem durante abordagem em Ribeirão Preto

Durante o encontro, a Arco-Íris apresentou sua versão dos fatos e classificou a intervenção policial como violenta e desproporcional

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Nando Medeiros
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Comandante do CPI-3 recebe ONG após morte de homem durante abordagem em Ribeirão Preto

O comandante do Comando de Policiamento do Interior 3 (CPI-3), coronel Rodrigo Quintino, recebeu representantes da ONG Arco-Íris para tratar da morte de Bruno Ferreira, de 27 anos, durante uma ação da Polícia Militar ocorrida em 5 de outubro, em Ribeirão Preto. A reunião contou também com participantes da OAB local e outras entidades de direitos humanos.

Durante o encontro, a Arco-Íris apresentou sua versão dos fatos e classificou a intervenção policial como violenta e desproporcional. Segundo a organização, que acompanha casos ligados à comunidade LGBTQIAPN+ e denúncias de violência institucional, os agentes poderiam ter contido o jovem sem recorrer ao excesso de força.

O CPI-3 informou que abriu um inquérito administrativo para apurar a conduta dos policiais envolvidos. Os militares foram afastados preventivamente enquanto a investigação corre. O coronel Quintino anunciou ainda medidas de formação, com foco em ética e no respeito aos direitos humanos, para as próximas turmas da Polícia Militar. Ele também afirmou que convidará representantes da Comissão de Direitos Humanos da OAB e da própria Arco-Íris para participarem como palestrantes nos cursos de formação, com o objetivo de ampliar o diálogo entre a corporação e a sociedade civil.

À imprensa, foi recordado que o episódio aconteceu no centro da cidade em 5 de outubro, quando agentes abordaram Bruno após relatos de comportamento alterado e possível uso de entorpecentes. Conforme relato policial registrado no boletim de ocorrência, a abordagem teria evoluído para confronto físico: o homem teria reagido, agredido um dos policiais e tentado fugir; em seguida houve luta corporal, com relatos de mordidas e arranhões e a queda de uma arma no chão. Diante do risco de desarme, um dos militares disparou contra o peito da vítima, que foi atendida pelo SAMU, mas teve o óbito constatado no local.

As armas utilizadas foram apreendidas e o caso segue sob investigação para apurar responsabilidades. Representantes de outras organizações de direitos humanos presentes na reunião reforçaram o pedido por apuração transparente e por medidas que previnam novas ocorrências semelhantes.