O Conselho de Ética da Câmara de Ribeirão Preto começou a analisar a cassação do vereador João Bigodini (MDB) sob acusação de quebra de decoro parlamentar por suposta confissão de crime de trânsito. A primeira reunião, realizada em sessão breve, escolheu o vereador Jean Corauci (PSD) como relator e teve a presidência de Diácono Ramos (União), que rejeitou à vista o pedido de impugnação e encaminhou o caso à coordenadoria jurídica da Casa.
Na ocasião, a mesa também determinou a expedição de ofícios à Delegacia Seccional e ao Ministério Público para colher informações sobre as circunstâncias que motivaram a representação contra Bigodini. A continuidade dos trabalhos depende do recebimento dessas respostas e da apresentação da defesa do vereador; ainda não há data marcada para a próxima reunião do Conselho.
O pedido de cassação foi aprovado em voto nominal na sessão ordinária de 1º de outubro, com 19 votos favoráveis, após ter sido protocolado na Mesa Diretora em 30 de setembro por um cidadão. O processo aponta quebra de decoro com base em alegada confissão de infração ao Código de Trânsito Brasileiro.
O episódio que originou a representação ocorreu na madrugada de 28 de setembro, quando o carro em que Bigodini estava colidiu com uma árvore na avenida do Café, em Ribeirão Preto. Um poste também foi atingido de raspão. A Secretaria de Segurança Pública informou que uma mulher de 29 anos teria se apresentado como condutora e que ambos recusaram o teste do bafômetro.
Segundo a polícia, a suposta motorista disse não possuir CNH; o caso foi registrado por dirigir sem habilitação e por permitir direção por pessoa não habilitada. Vídeos amadores amplamente divulgados nas redes sociais mostram Bigodini saindo do banco do motorista após o acidente; as imagens estão sob apuração. O veículo já passou por perícia.
No dia seguinte ao acidente, Bigodini apresentou atestado psiquiátrico e se afastou do gabinete por quatro dias; o afastamento foi prorrogado por mais dez dias com novo atestado.
Caso o vereador venha a ser afastado ou tiver o mandato cassado, a lista de suplentes do MDB é a seguinte: a primeira suplente natural é Maria Eugênia Biffi (2.400 votos), atual secretária de Cultura e Turismo, ela só assumiria a vaga se deixar o cargo executivo; na hipótese de manutenção de Biffi na secretaria, o posto caberá ao segundo suplente, Robson Vieira (1.654 votos). Em seguida aparecem Denísia Gabinete da Mulher (1.541 votos) e Cícero Gomes (1.421 votos) como terceiro e quarto suplentes, respectivamente.
O Conselho de Ética é presidido por Diácono Ramos e conta como membros Franco Ferro (PP, vice-presidente), Jean Corauci (PSD, relator), Brando Veiga (REP) e Maurício Vila Abranches (PSDB).