Há mais de 15 anos, a presença de um ponto de ônibus em frente ao Museu de Arte de Ribeirão Preto (Marp) gera controvérsia entre a Prefeitura, a RP Mobi e a Associação dos Amigos do Marp (AAMARP).
Localizado na esquina das ruas Barão do Amazonas e Duque de Caxias, no Centro Histórico, o abrigo de ônibus instalado em 1999 tem sido alvo de reclamações por prejudicar a visibilidade e a preservação do patrimônio histórico-cultural.
O Marp funciona desde 1992 em um edifício tombado pelo patrimônio municipal, construído em 1908 com arquitetura eclética projetada por Affonso Geribello. O prédio já foi sede da Câmara Municipal e abriga um acervo de mais de mil obras de artistas locais, além de bibliotecas especializadas.
A presidente da AAMARP, Eny Aliperti, destaca que o ponto de ônibus traz poluição e aglomeração em frente à fachada do museu, dificultando o acesso e a experiência dos visitantes. Ela reforça que a reivindicação pela remoção do ponto não visa prejudicar o transporte público, mas sim proteger o imóvel histórico e o acervo artístico. Segundo ela, a mudança do ponto para uma quadra próxima não afetaria significativamente os usuários.
Nilton Campos, diretor do Marp há mais de duas décadas, cita ainda problemas de lixo e dificuldade para estacionamento de veículos escolares em visitas agendadas. Lucas Gabriel Pereira, presidente do Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural (Conppac), ressalta a importância de preservar o entorno do patrimônio e afirma que a manutenção do ponto em frente ao museu configura violação da ambiência prevista em leis federais e municipais.
Por outro lado, a RP Mobi justifica a permanência do ponto afirmando que sua remoção poderia comprometer a segurança, o conforto dos usuários e a fluidez do trânsito na região, especialmente nos horários de pico. A empresa ressalta que a desativação do ponto dependeria da construção de um novo terminal de ônibus na área central, projeto que ainda não tem previsão de realização.
Assim, a polêmica continua sem solução imediata, enquanto a AAMARP segue mobilizada para garantir maior visibilidade e proteção ao Marp, que desempenha papel importante na cultura local e na preservação da memória artística de Ribeirão Preto e região.