Denúncias de ameaça a alunos e tratamento abusivo contra funcionários foram registradas contra a direção da Escola Municipal Professora Maria Inês Vieira Machado, na zona Leste de Ribeirão Preto. Áudios e relatos colhidos por fontes ligadas à unidade apontam que dois diretores teriam adotado postura agressiva em pelo menos quatro situações distintas, segundo familiares e contratadas que preferiram manter identidade preservada.
De acordo com a mãe de um aluno de nove anos, o menino se envolveu num acidente durante uma brincadeira em 1.º de outubro, quando escorregou e acabou atingindo outra criança já machucada. Ainda conforme o relato, um dos diretores teria ameaçado acionar o Conselho Tutelar contra o estudante caso voltasse à sala da direção, chegando a dizer que, em nova ocasião, o Conselho seria chamado para retirá‑lo da escola. A mãe informou ter registrado boletim de ocorrência contra a gestão.
Funcionárias de apoio relataram tratamento desrespeitoso e coerção: há acusações de que profissionais eram obrigadas a cumprir horários arbitrários, impedidas de usar os banheiros escolares após o recreio e de que questionamentos sobre as condições de trabalho resultaram em respostas do tipo “pede demissão”. Uma contratada afirmou ter sido demitida após denunciar favorecimento de outra funcionária por parte da direção.
Procurada, a Prefeitura de Ribeirão Preto, por meio da Secretaria Municipal da Educação (SME), informou que passou a atuar diante das ocorrências. Segundo a pasta, a Gerência de Ensino Fundamental reuniu‑se com um dos gestores da unidade em 22 de setembro para orientações sobre práticas pedagógicas e organização da rotina escolar, e que equipes da SME também visitaram a escola em 29 de setembro e em 3 de outubro para acompanhar a rotina e apontar demandas estruturais e organizacionais. A secretaria afirmou ainda que o gestor voltou à sede para novas orientações em 2 de outubro e que houve reforço de orientações sobre comunicação interna, uso de espaços escolares e funcionamento do Conselho de Escola.
A SME disse ainda que tem buscado “orientar, encaminhar e organizar regras” para melhorar o atendimento a alunos, professores e funcionários. Não foram divulgados, até o momento, desdobramentos disciplinares contra os diretores nem posicionamento formal deles sobre as acusações.
Familiares e trabalhadores afirmam aguardar apurações e medidas administrativas e policiais para garantir segurança e respeito na escola.