O deputado federal Missionário Adilson Barroso (PL-SP), de Barrinha, foi notificado pela Câmara para assumir a cadeira deixada por Carla Zambelli (PL-SP) após decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal. A comunicação ocorreu na sexta-feira (12 de dezembro de 2025) e, segundo Barroso, o prazo formal para posse termina na segunda-feira, 15 de dezembro; ele disse que se apresentará na semana seguinte para iniciar o mandato.
Barroso, aliado histórico de Jair Bolsonaro, já vinha ocupando temporariamente uma cadeira na Câmara como primeiro suplente do deputado licenciado Guilherme Derrite (PP-SP), que está à frente da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. O novo titular tem trajetória política no Estado: foi vereador e vice-prefeito de Barrinha, exerceu mandato de deputado estadual e participou da criação do que virou o Patriota antes de migrar para o PL.
Em declaração pública, Barroso afirmou que esperava a cassação de Zambelli diante das condenações que pesam contra a parlamentar, mas criticou alguns dos processos que levaram à perda do mandato, afirmando não concordar com procedimentos como o caso ligado a invasões de sistemas e o episódio envolvendo porte de arma. Ainda assim, disse que acata as decisões judiciais e cumprirá a determinação do STF.
O Supremo anulou a decisão anterior da Câmara, que em votação interna havia rejeitado a perda de mandato de Zambelli por 227 votos favoráveis à cassação contra 110 contrários, número inferior aos 257 necessários para confirmar a perda. A Primeira Turma do STF determinou que o presidente da Câmara providenciasse a posse do suplente em até 48 horas; a decisão foi unânime entre os ministros que integraram o colegiado.
Carla Zambelli foi condenada em dois processos no STF: um relacionado às invasões aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça, em que foi considerada instigadora das ações que inseriram documentos falsos, e outro pelo episódio em que perseguiu um homem armado. Somadas, as condenações resultaram em penas que ultrapassam dez anos. Zambelli chegou a ser presa na Itália em julho de 2025, durante tentativa de evitar cumprimento de mandado de prisão, e foi extraditada para o Brasil, onde deverá cumprir pena em Brasília após os trâmites legais.
Com a decisão do STF e a notificação ao novo parlamentar, a transição para a substituição de Zambelli passa a ser formalizada nos próximos dias, conforme o calendário estabelecido pela Corte e pelos prazos internos da Câmara dos Deputados.