A Secretaria de Saúde de Cajuru confirmou que investiga duas mortes suspeitas de intoxicação por metanol e informou que as ocorrências foram registradas no início deste mês. No sábado, 4 de outubro de 2025, uma mulher de 42 anos foi encontrada sem sinais vitais em sua residência; familiares relataram que ela havia ingerido bebida destilada na noite anterior. O corpo foi encaminhado ao Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) em Ribeirão Preto para exames.
Na mesma semana, um homem deu entrada em um pronto-socorro em crise convulsiva e com parada cardiorrespiratória. A equipe médica conseguiu reverter a situação inicialmente, mas ele teve nova parada após transferência para a Santa Casa e morreu; seu corpo também seguiu para o SVO em Ribeirão Preto. Segundo a secretaria, ambos moravam no mesmo bairro.
Até 6 de outubro de 2025, outras três pessoas foram internadas na Santa Casa de Cajuru com suspeita de intoxicação por metanol: duas receberam alta e uma permanece internada em Batatais. Amostras de sangue dos casos foram enviadas ao Laboratório de Química da USP em Ribeirão Preto para análise.
A Polícia Civil abriu investigação. Conforme apurado pelas autoridades, parte das contaminações pode ter ocorrido durante a limpeza de vasilhames com metanol, prática irregular que pode deixar resíduos perigosos em bebidas artesanais.
Desde 3 de outubro, a Vigilância Sanitária de Cajuru inspecionou bares e estabelecimentos e apreendeu cerca de 100 garrafas de bebidas sem lacre, rótulo ou registro no Ministério da Agricultura, muitas delas possivelmente de alambiques clandestinos. Todo o material foi encaminhado à Polícia Civil para perícia.
O metanol é um solvente industrial altamente tóxico que, quando ingerido, pode provocar danos ao fígado, ao sistema nervoso e ao nervo óptico, levando a cegueira, insuficiência respiratória, coma e morte. As autoridades locais reforçaram o alerta para que a população evite consumir bebidas de procedência duvidosa e procure atendimento médico imediato ao notar sintomas após ingestão alcoólica.