Especialista alerta para aumento do consumo de álcool nas festas de fim de ano e risco entre adolescentes

Uma psiquiatra do Abad afirmou que qualquer ingestão de álcool pode causar prejuízos e que não há dose segura

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Nando Medeiros
· 2 minutos de leitura
Especialista alerta para aumento do consumo de álcool nas festas de fim de ano e risco entre adolescentes

Com a chegada das festas de fim de ano, especialistas alertaram para a elevação no consumo de bebidas alcoólicas e para os impactos na saúde física e mental observados nesse período. Uma psiquiatra do Abad afirmou que qualquer ingestão de álcool pode causar prejuízos e que não há dose segura, conforme recentes documentos apoiados pela Organização Mundial da Saúde.

Segundo a especialista, nas festividades é comum registrar mais quedas, quadros de intoxicação e episódios em que a supervisão de crianças fica comprometida em ambientes com adultos alcoolizados. Ela relatou que atendimentos pediátricos chegam a receber casos de crianças que ingeriram bebida após perderem a vigilância dos responsáveis. Também há o apontamento de aumento de agressividade, mais conflitos familiares e o risco de combinação do álcool com medicamentos, situações que ampliam a exposição a perigos como dirigir sob efeito de substâncias.

Para quem já enfrenta dependência, o fim de ano foi descrito como um momento de maior vulnerabilidade, com oferta aumentada de bebidas e uma cultura que romantiza o consumo. A psiquiatra disse que isso pode funcionar como gatilho e favorecer recaídas, por isso recomendou que a bebida não seja tratada como elemento central das celebrações.

A preocupação com jovens foi reforçada pelos dados do 3º Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad III), divulgado em setembro de 2025 pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública em parceria com a Unifesp. O estudo mostrou redução do consumo regular entre adultos, de 47,7% em 2012 para 42,5% em 2023, enquanto o consumo pesado entre adolescentes (ingestão de 60 g ou mais em uma ocasião) aumentou de 28,8% em 2012 para 34,4% em 2023.

A psiquiatra criticou práticas familiares que permitiram ou incentivaram o uso de álcool por adolescentes, classificando como equivocado o argumento de que seria melhor que o jovem bebesse “sob supervisão”. Ela defendeu maior presença dos pais e mensagens claras de que o álcool não deve ser o foco das celebrações, sugerindo que famílias deixem explícito que, em seu ambiente, a bebida não é prioridade e que adolescentes não devem consumir álcool.

Autoridades de saúde e serviços de emergência foram lembrados como referencias para quem precisar de orientação ou atendimento, especialmente durante a sequência de festas que, segundo especialistas, tende a aumentar os riscos associados ao consumo de álcool.