Um morador de Franca foi atendido após ingerir bebida alcoólica comprada em dois pontos da cidade e teve no sangue 20,7 mg/L de metanol, conforme exame laboratorial. O paciente relatou à polícia que consumiu as bebidas, no mesmo dia, em um bar do bairro Santa Efigênia e em uma mercearia do Jardim Redentor. O caso ocorreu em 8 de outubro e a vítima evoluiu bem, sem complicações graves.
A partir do depoimento e da notificação hospitalar, a Vigilância em Saúde do município, acompanhada pela Polícia Civil, vistoriou os dois estabelecimentos. Segundo o diretor do Departamento de Vigilância em Saúde, Caio Carvalho, ambos foram multados e tiveram as atividades interditadas. Nas ações foram apreendidas diversas embalagens contendo bebidas de procedência duvidosa: no bar, 24 garrafas PET de dois litros, seis garrafas de 'corote' e duas garrafas de um litro; na mercearia, oito garrafas PET de dois litros com cachaça de engenho e 23 garrafas de 'corote'. Todo o material foi encaminhado para perícia.
A polícia informou ainda que os locais funcionavam sem licença e comercializavam produtos fora dos padrões sanitários. Foi registrado boletim de ocorrência por crime relacionado à falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais, e a investigação sobre crimes contra a saúde pública foi instaurada. Se houver condenação, os responsáveis podem ser punidos com pena de até oito anos de prisão.
Em nível estadual, a Secretaria da Saúde declarou que, até 17 de outubro, São Paulo confirmou 38 casos de intoxicação por metanol e seis mortes; outros 408 casos notificados foram descartados. A Vigilância Municipal reforçou a recomendação para que a população evite consumir bebidas de origem ou armazenamento duvidosos e procure atendimento imediato em casos de sintomas sugestivos de intoxicação.