Estação da Mogiana em Ribeirão Preto segue degradada enquanto tramita proposta de doação ao município

Moradores e quem trabalha nas proximidades relatam que o imóvel tem sido usado como depósito de lixo e abrigo de animais, o que aumenta o risco de pragas e danos à estrutura histórica

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Nando Medeiros
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Estação da Mogiana em Ribeirão Preto segue degradada enquanto tramita proposta de doação ao município

A antiga Estação da Mogiana, construída em 1965 em Ribeirão Preto, permanece em avançado estado de abandono, com vidraças quebradas, paredes pichadas, infiltrações no telhado e vegetação tomando áreas do terreno. Moradores e quem trabalha nas proximidades relatam que o imóvel tem sido usado como depósito de lixo e abrigo de animais, o que aumenta o risco de pragas e danos à estrutura histórica.

O prédio estava sob a administração da VLI até 2023, quando a empresa devolveu o imóvel ao governo federal. Desde então, representantes do Executivo federal e o instituto local História do Trem mantêm diálogo sobre o futuro do espaço. Em conversas com a reportagem, o historiador Sérgio Campos Gonçalves defendeu a transformação da estação em um equipamento cultural e turístico, ressaltando que a preservação só será viável se o projeto estiver integrado a um modelo econômico sustentável para a cidade.

O governo federal informou que há negociação em curso para a doação da locomotiva preservada no local e da área à Prefeitura de Ribeirão Preto. O instituto História do Trem afirma ter um projeto para criar ali um museu ferroviário, mas não informou prazos definidos para a transferência ou para o início de obras de restauração.

Testemunhas destacam que a estação foi, no passado, um polo de embarque e desembarque que refletia o papel da malha ferroviária no crescimento econômico de Ribeirão Preto, especialmente na logística do café. Hoje, defensores do patrimônio e membros da comunidade cobram ações rápidas para evitar o agravamento da degradação e para viabilizar usos públicos que reativem o imóvel sem onerar desproporcionalmente os cofres locais.

Procurada, a Prefeitura ainda não divulgou um cronograma oficial sobre o recebimento do bem ou sobre estudos técnicos de conservação. Enquanto isso, a Estação da Mogiana segue como um marco histórico ameaçado, à espera de uma definição que concilie preservação e sustentabilidade financeira.