O governo paulista deu início às audiências públicas regionais para debater a concessão dos serviços de remoção, guarda e documentação de veículos apreendidos por infrações de trânsito em todo o Estado.

Coordenada pela Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI), a iniciativa mantém aberta a consulta pública até 8 de agosto para receber sugestões da população, autoridades e interessados.

Após encontros já realizados em Campinas e São José do Rio Preto, a próxima audiência presencial ocorre nesta quarta-feira (23), às 11h, no Escritório Regional do Governo em Ribeirão Preto, localizado na avenida Presidente Kennedy, 1760, bairro Ribeirânia.

O projeto de concessão pretende unificar e padronizar os processos de recolhimento, custódia, gestão, preparação para leilão e restituição dos veículos apreendidos, dividindo o Estado em sete lotes que abrangem os 645 municípios paulistas. Ribeirão Preto integra o lote 3, que inclui mais 93 cidades, entre elas Araras, Barretos, Jaboticabal, Franca e São João da Boa Vista. A região possui uma frota de aproximadamente 3,3 milhões de veículos, com demanda anual estimada em 30 mil atendimentos.

Entretanto, a proposta tem gerado críticas de políticos e empresários do setor. O ex-prefeito de Ourinhos, Lucas Pocay, chamou atenção para o risco de aumento nas tarifas e dificuldade na regularização dos veículos, ressaltando que o número de pátios será reduzido de 264 para 97, o que pode acarretar maiores deslocamentos e custos para os proprietários.

Fernando Carvalho, empresário do ramo e ex-presidente da Associação dos Proprietários de Pátios, Guinchos e Depósitos de Veículos do Estado de São Paulo (APPAGESP), destacou que a concessão pode afetar diretamente cerca de 50 mil empregos, entre diretos e indiretos. Carvalho também apontou que as taxas para preparação de leilão e remoção devem sofrer aumentos significativos, chegando a 39% e 41,97%, respectivamente, dependendo da distância.

Ele ainda manifestou preocupação com a concentração do serviço em poucas empresas, sugerindo que o processo licitatório já teria um vencedor praticamente definido. Carvalho pediu diálogo ao governo, envolvendo também prefeitos, vereadores e a comunidade, para que a categoria seja ouvida antes da implementação do projeto.

O debate segue aberto até o início de agosto, com a expectativa de que as contribuições recebidas possam aprimorar o modelo proposto pelo Estado.