O governo de São Paulo manteve ativado o gabinete de crise e intensificou ações de fiscalização após casos de intoxicação por metanol em bebidas falsificadas. Até 2 de outubro de 2025, nove estabelecimentos, entre bares, adegas e distribuidoras, foram interditados em diferentes municípios, e 24 pessoas foram presas em operações relacionadas ao esquema de adulteração.
As apreensões realizadas nas últimas semanas somaram mais de mil garrafas e dezenas de milhares de itens usados na falsificação. Entre os resultados divulgados pelas secretarias envolvidas estão: 1,8 mil lacres falsos localizados na capital; 162 garrafas de uísque e rótulos falsificados apreendidos em Dobrada (região de Araraquara); uma fábrica clandestina em Americana com 17,7 mil unidades; e 128 mil garrafas lacradas recolhidas em Barueri por falta de documentação. Em M'Boi Mirim, na capital, fiscais recolheram 60 garrafas do mesmo lote já apreendido em Barueri, além de constatarem condições higiênicas precárias no local.
A Secretaria de Saúde do Estado confirmou, até o momento, 11 casos de intoxicação por metanol, incluindo um óbito na capital. Há outros 41 casos em investigação, com cinco mortes registradas, três na capital e duas em São Bernardo do Campo. A distribuição dos episódios investigados e confirmados abrange a capital (35 notificações, sendo 8 confirmadas), a Grande São Paulo (13 notificações, entre São Bernardo do Campo, Guarulhos e Itapecerica da Serra) e o interior e litoral (4 notificações em Barrinha, Limeira, Santos e São Vicente).
As secretarias da Saúde, da Segurança Pública, da Fazenda e da Justiça conduzem as ações de forma conjunta e ressaltaram o caráter cautelar das interdições. A Saúde estadual alertou a população para sintomas de alerta, como dores abdominais intensas, tontura e alteração do estado mental, e orientou procurar atendimento médico imediatamente. Segundo o órgão, a intervenção nas primeiras seis horas desde o início dos sintomas é crucial para reduzir risco de agravamento.
O estado dispõe de três laboratórios, em Campinas, Botucatu e Ribeirão Preto, capazes de analisar amostras de sangue e urina com liberação de resultados em até uma hora.
Denúncias sobre suspeita de adulteração podem ser feitas ao Disque Denúncia 181 ou pelo site da Polícia Civil (www.webdenuncia.sp.gov.br). O Procon-SP também recebeu relatos pelo Disque 151 e disponibilizou um canal específico em seu site (www.procon.sp.gov.br).
