Família registra boletim após aluna cadeirante receber carta com ofensas em escola de Ribeirão Preto

A família afirmou ainda que a direção da escola não mostrou o conteúdo do bilhete aos pais e tratou o caso como uma desavença comum entre estudantes

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Nando Medeiros
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Família registra boletim após aluna cadeirante receber carta com ofensas em escola de Ribeirão Preto

Pais de uma aluna de 12 anos que usa cadeira de rodas e convive com miopatia nemalínica registraram boletim de ocorrência após a menina receber uma carta de uma colega com frases discriminatórias. Segundo a família, a carta dizia que a autora sentia “nojo” da estudante e que ela deveria “ficar longe”, episódio que motivou a denúncia por discriminação em razão de deficiência prevista no Estatuto da Pessoa com Deficiência.

A família afirmou ainda que a direção da escola não mostrou o conteúdo do bilhete aos pais e tratou o caso como uma desavença comum entre estudantes. Em consequência, os pais dizem que a unidade não adotou medidas punitivas ou de orientação à aluna autora, nem pediu desculpas à vítima. A família informou também que a escola não registrou a estudante como pessoa com deficiência, procedimento obrigatório, e que há falhas estruturais e de atendimento, como ausência de profissional de apoio exclusivo, falta de acessibilidade em eventos e desassistência após cirurgias.

A adolescente, de acordo com os pais, ficou muito abalada e passou a recusar retornar ao colégio; a família já iniciou processo de transferência para outra instituição. O caso foi encaminhado ao 4º Distrito Policial de Ribeirão Preto e os pais afirmaram que vão acionar a Justiça.

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo comunicou que a Unidade Regional de Ensino (URE) de Ribeirão Preto enviará uma supervisora à escola para apurar a ocorrência e reforçou que repudia qualquer forma de bullying ou discriminação. A secretaria ressaltou também que as UREs têm a responsabilidade de supervisionar o cumprimento das normas pelas instituições particulares.

A direção da escola foi procurada pela família e por autoridades para prestar esclarecimentos, mas até a data de hoje não havia resposta oficial sobre providências adotadas ou sobre a existência de registro formal do episódio na unidade.