Funcionários dos Correios da região de Ribeirão Preto (SP) entraram em greve na madrugada desta terça-feira (18). A categoria é contra a privatização da empresa, reclama de cortes em benefícios e da falta de condições segurança de trabalho durante a pandemia da Covid-19.
Em adesão ao movimento de âmbito nacional, os profissionais paralisaram por tempo indeterminado as atividades do centro de triagem de 92 cidades da regional, no bairro Lagoinha, zona leste de Ribeirão Preto, além de unidades de distribuição e agências em diferentes municípios.
Atendentes, carteiros e operadores de triagem e transbordo formam a maioria dos profissionais que aderiram à greve na maior parte das unidades da empresa, segundo a vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios (Sintect-RPO) em Ribeirão Preto, Fernanda Romano.
Entre as pautas da greve está a luta contra a privatização dos Correios, direitos trabalhistas como licença maternidade de 180 dias; fim da entrega matutina; Indenização por morte; reabilitação profissional; repouso no domingo; Jornada de 40hs; pagamento de 15% aos sábados, além de 70 itens que fazem parte de direitos que a categoria já possuía, mas que não estão sendo garantidos.
Contra a privatização o Sintect-RPO aponta que após prejuízos registrados entre 2103 e 2016, a estatal registrou lucro de R$ 161 milhões em 2018 e de R$ 667,3 milhões em 2017. Os resultados são frutos de uma campanha intensa de recuperação como renegociação de dívidas, revisão de contratos, redução de custos com pessoal, mudanças na rede de atendimento e cobrança de novas taxas.
Em nota, a empresa reiterou que não pretende suprimir direitos dos trabalhadores e que propõe ajustes para garantir a sustentabilidade financeira resguardando os vencimentos dos funcionários. Além disso, comunicou que tem um plano para garantir a continuidade dos serviços à população.
Paralisação em Ribeirão Preto
Em Ribeirão Preto, o principal ponto de concentração dos grevistas é o centro de triagem no bairro Lagoinha, na zona leste. Segundo a vice-presidente do Sintect-RPO, há funcionários terceirizados trabalhando normalmente dentro do prédio, mas a entrada e a saída de caminhões com entregas está obstruída.
O local, segundo, ela, processa por dia em média 500 mil encomendas levadas para 92 municípios da região. “Eles não estão parados, porém, como ocupamos, os caminhões não conseguem entrar nem sair”, disse Fernanda.
A representante informou que ainda não tinha um levantamento sobre o número de trabalhadores parados durante a manhã, mas confirmou que serviços também foram interrompidos em cidades como Sertãozinho (SP), Ituverava (SP) e São Joaquim da Barra (SP).