A greve dos funcionários dos Correios completa 11 dias nesta sexta-feira (28) e ainda não há previsão de término e com prejuízo à prestação dos serviços na região de Ribeirão Preto (SP). De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores nos Correios (Sintect-RPO), a adesão na região é de 90% e afeta principalmente os setores de atendimento e entrega.

Os trabalhadores reivindicam melhores condições de trabalho durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o fim do processo de privatização da empresa e a recuperação de direitos trabalhistas garantidos por lei.

Nesta sexta-feira, os manifestantes ocupam a central de entregas de encomendas do Parque Candido Portinari, na zona leste da cidade. Segundo a diretora do Sintect-RPO, Fernanda Romano, funcionários de gerência e supervisão estão trabalhando, mas toda a parte operacional está parada. Em outras unidades de Ribeirão Preto o atendimento é parcial, mas há cidades da região em que todos os serviços das agências estão paralizados.

Em nota os Correios alegam que a discussão de benefícios concedidos em outros momentos foi adotada em função de uma crise nas finanças. A empresa critica o que considera uma intransigência por parte das entidades que representam os funcionários e que a paralisação prejudica não só a eles, mas a população em geral.

“Famílias podem ser impactadas com a espera de remédios e produtos de saúde, enquanto aguardam o desenrolar da paralisação. Os Correios transportam, ainda, materiais biológicos – como amostras de sangue, por exemplo – para detecção de doenças e análises clínicas para secretarias de saúde e laboratórios em todo o país”, comunicou.

A paralisação dos funcionários foi aprovada na noite de 17 de agosto. No dia 18, os trabalhadores ocuparam uma central de triagem do bairro Lagoinha, responsável por processar até 500 mil encomendas por dia antes da redistribuição para 92 cidades da região. O local foi desbloqueado pelos funcionários por determinação judicial um dia depois. Na liminar, o juiz da 1ª Vara do Trabalho, Fabio Natali Costa, ponderou que o serviço postal é considerado essencial e não deve ser paralisado por conta da pandemia.

Uma das principais reivindicações da categoria é o corte de benefícios que, segundo o sindicato, reduziram em até 35% a remuneração. “Não estamos pedindo aumento, só queremos resgatar o que nos foi tirado desde 1º de agosto”, afirma Fernanda Romano.

Em meio ao impasse, os Correios entraram com um pedido de dissídio no Tribunal Superior do Trabalho (TST). A solicitação está aguardando julgamento, segundo a empresa.

Correios

Leia na íntegra a nota oficial dos Correios emitida nesta sexta-feira:

Desde o início da negociação do Acordo Coletivo de Trabalho 2020/2021, os Correios têm sido transparentes sobre a sua situação econômico-financeira, agravada pela crise mundial causada pela pandemia de Covid-19. Conforme já amplamente divulgado, a empresa não tem mais como suportar as altas despesas, o que significa, dentre outras ações que já estão em andamento, discutir benefícios que foram concedidos em outros momentos e que não condizem com a realidade atual de mercado, assegurando todos os direitos dos empregados previstos na legislação.

A paralisação parcial em curso somente agrava esta situação. A intransigência das entidades representativas, que tornaram a greve uma prática quase anual, está prejudicando não só o funcionamento da empresa, mas, essencialmente, a população brasileira.

Isso porque se trata, também, de uma questão de saúde pública: famílias podem ser impactadas com a espera de remédios e produtos de saúde, enquanto aguardam o desenrolar da paralisação. Os Correios transportam, ainda, materiais biológicos – como amostras de sangue, por exemplo – para detecção de doenças e análises clínicas para secretarias de saúde e laboratórios em todo o país.

Sobre esta categoria de objetos, destacam-se o envio mensal de leite em pó (cerca de 300 mil latas), medicamentos (mais de 100 mil itens), 7 mil testes do pezinho, dentre outros tipos de materiais, que somam mais de 425 mil objetos desta natureza por mês, contabilizados somente os clientes com contrato, fora as postagens que ocorrem diretamente nas agências.

Além disso, empreendedores estão sofrendo impactos nos seus negócios, tendo em vista que dependem dos serviços da empresa para conseguirem se manter com a pandemia. A economia brasileira está sendo afetada como um todo.

Diante dessa situação, amplamente exposta nos últimos meses, a empresa aguarda o julgamento do Dissídio de Greve pelo Tribunal Superior do Trabalho para por fim ao impasse. Vale ressaltar que os Correios têm preservado empregos, salários e todos os direitos previstos na CLT, bem como outros benefícios do seu efetivo.

A empresa confia no compromisso e responsabilidade de seus empregados com a sociedade e com o país, promovendo o retorno ao trabalho das pessoas que ainda se encontram em greve, já que a questão encontra-se em juízo e será resolvida pelo TST.

Como retirar suas encomendas diretamente nas unidades dos Correios

O padrão dos Correios é entregar no endereço indicado pelo remetente. Porém, quando o objeto for endereçado a localidade onde não há distribuição domiciliar ou quando as tentativas de entrega não forem bem sucedidas, a encomenda ficará disponível para retirada na unidade mais próxima do endereço indicado.

Para acompanhar a movimentação de um objeto, basta informar seu código de rastreamento em nosso site. Se nossos sistemas já mostrarem o nome e endereço da unidade para retirada, o objeto já estará disponível para coleta pelo cliente.

Caso o próprio cliente não possa retirar sua encomenda, outra pessoa poderá ser autorizada a fazê-lo. Encontre aqui o modelo de autorização para pessoa física.