Inmet mantém alerta vermelho para onda de calor que deve durar até 29 de dezembro; especialistas lembram riscos à saúde

Profissionais de saúde alertam para os efeitos imediatos e agravamento de doenças crônicas

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Nando Medeiros
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Inmet mantém alerta vermelho para onda de calor que deve durar até 29 de dezembro; especialistas lembram riscos à saúde

Uma onda de calor que aumentou as temperaturas no período do Natal no Sudeste, Centro‑Oeste e Sul permanece em vigor e, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), deve continuar até segunda‑feira, 29 de dezembro, em áreas que receberam aviso vermelho, nível considerado de grande perigo por representar temperaturas persistentes cerca de 5ºC acima da média e risco à vida.

Profissionais de saúde alertam para os efeitos imediatos e agravamento de doenças crônicas. O clínico geral Luiz Fernando Penna, coordenador do Pronto Atendimento do Hospital Sírio‑Libanês em São Paulo, afirmou que o quadro extremo pode levar à falência térmica, emergência caracterizada por confusão mental, pele quente e seca e temperatura corporal superior a 40ºC; nesses casos, recomendou procurar atendimento médico imediatamente. Ele também destacou que, além de mal‑estar, o calor pode provocar desmaios, quedas de pressão e sobrecarga em portadores de hipertensão, insuficiência cardíaca, diabetes, DPOC e doenças renais.

Medicamentos como diuréticos, anti‑hipertensivos, antidepressivos e antipsicóticos podem dificultar a regulação térmica e aumentar o risco para quem já tem problemas de saúde, explicou o especialista. Trabalhadores expostos ao sol, da construção civil, entregadores e coletores de lixo, por exemplo, devem intensificar pausas durante as horas mais quentes e reduzir esforços entre 10h e 16h.

Os efeitos do calor também incluem piora do sono, irritabilidade e queda de produtividade, segundo médicos. Entre as orientações praticadas por autoridades e instituições de saúde estão: hidratação frequente, uso de roupas leves e claras, evitar exposição direta das 10h às 16h, priorizar ambientes ventilados ou com ar‑condicionado e não fazer exercícios intensos nesse período. Em caso de emergência, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) atende pelo telefone 192.

Pesquisas reforçam o impacto das altas temperaturas: estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgado em fevereiro de 2025 apontou relação entre calor extremo e aumento da mortalidade no Rio de Janeiro, com risco maior para idosos e pessoas com doenças crônicas ou neurodegenerativas.

Autoridades de saúde e meteorologia pedem atenção especial nas próximas 48 horas, enquanto o aviso vermelho do Inmet estiver vigente, e lembram que não há adaptação completa a ondas de calor repetidas e intensas, especialmente quando as temperaturas ultrapassam 35ºC com alta umidade, condição em que o corpo humano tem dificuldade para manter funções normais.