Países pediram interrupção de 21 dias nos combates
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, rejeitou nesta quinta-feira (26) propostas de cessar-fogo com o Hezbollah, depois que Estados Unidos e França pediram uma interrupção de 21 dias nos combates que mataram centenas de pessoas no Líbano e aumentaram os temores de uma invasão terrestre.
"Não haverá cessar-fogo no norte. Continuaremos a lutar contra a organização terrorista Hezbollah com todas as nossas forças até a vitória e o retorno seguro dos moradores do norte para suas casas", disse Katz em declaração na plataforma de mídia social X.
Os comentários frustraram esperanças de um acordo pacífico rápido, depois que o primeiro-ministro Najib Mikati expressou esperança de que um cessar-fogo pudesse ser alcançado em breve no Líbano, onde centenas de milhares de pessoas fugiram de suas casas em busca de segurança.
Os combates mais intensos em quase duas décadas entre Israel e o grupo Hezbollah, apoiado pelo Irã, aumentaram os temores de nova ofensiva terrestre israelense na fronteira entre Líbano e Israel.
O Hezbollah tem enfrentado os militares israelenses desde que o movimento muçulmano xiita foi criado pela Guarda Revolucionária do Irã, em 1982, para combater uma invasão israelense no Líbano. Desde então, ele se transformou no mais poderoso representante de Teerã no Oriente Médio.
Estados Unidos, França e vários aliados pediram um cessar-fogo imediato de 21 dias na fronteira entre Israel e Líbano, além de expressarem apoio a um cessar-fogo em Gaza, após intensas discussões nas Nações Unidas nessa quarta-feira.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que se dirigia a Nova York para discursar na ONU, disse que ainda não havia dado sua resposta à proposta de trégua, mas que tinha instruído o Exército a continuar lutando. A linha dura de seu governo afirmou que Israel deveria rejeitar qualquer trégua e continuar atacando o Hezbollah.
Os ataques aéreos israelenses durante a noite atingiram cerca de 75 alvos do Hezbollah no Vale de Bekaa e no sul do Líbano, incluindo instalações de armazenamento de armas e lançadores prontos para disparar, disseram os militares israelenses.
No mais recente ataque, pelo menos 23 sírios, a maioria mulheres e crianças, foram mortos quando Israel atingiu um prédio de três andares na cidade libanesa de Younine durante a noite, disse o prefeito da cidade, Ali Qusas, à Reuters. O Líbano é o lar de cerca de 1,5 milhão de sírios que fugiram da guerra civil no país.
Os militares israelenses informaram que dezenas de alvos do Hezbollah foram atacados, incluindo terroristas, prédios militares e depósitos de armas, em várias áreas na manhã de hoje.
Cerca de 45 projéteis foram disparados do Líbano em direção à área oeste da Galileia, sendo que alguns foram interceptados e o restante caiu em terreno aberto, acrescentaram os militares israelenses.
Israel ampliou seus ataques aéreos no Líbano na quarta-feira e pelo menos 72 pessoas foram mortas, de acordo com a Reuters, com base em declarações do Ministério da Saúde libanês.
A luta incessante levou alguns países vizinhos a se preocuparem com a segurança de seus cidadãos que vivem no Líbano. A Turquia está fazendo preparativos para a possível retirada de seus cidadãos e estrangeiros no país, disse o Ministério da Defesa turco.