Um projeto da Polícia Militar Ambiental que reaproveita madeiras apreendidas para produção de móveis e artigos sustentáveis em unidades prisionais completa, segundo os coordenadores, cerca de um ano e três meses em operação na Penitenciária Zwinglio Ferreira, em Presidente Venceslau. A iniciativa, realizada em parceria com a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), combina preservação ambiental e ressocialização de pessoas privadas de liberdade.

Após a apreensão e a confirmação da origem ilegal do material, a madeira é formalmente doada às unidades prisionais por meio de termos previstos na legislação ambiental. Nas oficinas de marcenaria, supervisadas por profissionais do sistema prisional, entre eles o policial penal Ricardo Panuci, os detentos recebem instrução teórica e prática para confeccionar mesas, bancos, casinhas infantis e abrigos para animais, entre outros itens destinados a escolas, creches, hospitais e entidades assistenciais.

Responsáveis pela Polícia Militar Ambiental destacam o impacto duplo do projeto: além de evitar o descarte irregular e o acúmulo de madeira apreendida, a atividade oferece qualificação profissional, reforço de disciplina e autoestima aos participantes, ampliando chances de reinserção social e redução da reincidência criminal. O chefe de departamento Jean Carlos Amorim de Lima ressaltou que o trabalho em oficinas contribui diretamente para o desenvolvimento de habilidades práticas e senso de responsabilidade.

A parceria entre SAP e Polícia Militar Ambiental nasceu da identificação de duas necessidades convergentes: madeiras sem destinação adequada e oficinas de marcenaria já estruturadas em algumas unidades prisionais. A experiência em Presidente Venceslau tem servido como piloto para avaliar possibilidades de expansão a outras unidades do estado, desde que haja infraestrutura e condições técnicas para manuseio seguro do material.

Segundo a coordenação do programa, os resultados obtidos até o momento, em termos de produção e oferta de peças a instituições públicas, reforçam a viabilidade da estratégia de transformar bens apreendidos em recursos úteis para a comunidade, ao mesmo tempo em que promovem formação profissional aos reeducandos.