Mãe denuncia racismo e agressões em creche de Ribeirão Preto; caso foi levado à Justiça

Segundo a mãe e os advogados, a criança teria sido alvo de episódios vexatórios e lesões, incluindo a perda de parte dos cabelos que a menina atribuiu a um puxão

  • Go to the profile of  Nando Medeiros
Nando Medeiros
· 1 minuto de leitura
Mãe denuncia racismo e agressões em creche de Ribeirão Preto; caso foi levado à Justiça

Natasha, mãe de gêmeas de 3 anos que estudam no Centro Educacional Infantil Professor Hortêncio Pereira da Silva, no Jardim Aeroporto (zona Norte), acionou a Justiça e registrou notícia-crime em 8 de outubro para que autoridades investiguem supostas situações de discriminação, negligência e violência sofridas por uma de suas filhas dentro da unidade.

Segundo a mãe e os advogados, a criança teria sido alvo de episódios vexatórios e lesões, incluindo a perda de parte dos cabelos que a menina atribuiu a um puxão com pente por parte de uma professora. A mãe relatou ainda que a foto da filha foi colocada separada das demais em um mural escolar, comportamento que ela interpreta como racista, já que a outra gêmea, de pele mais clara, não teria sofrido tratamento semelhante.

A investigação foi encaminhada ao 2º Distrito Policial de Ribeirão Preto, que já realiza diligências para apurar as denúncias. A Secretaria da Educação informou que abriu apuração com apoio do Centro de Referência em Educação para as Relações Étnico-Raciais (CRERER) e que o caso está sob análise da Corregedoria Geral do Município. As profissionais citadas passam por procedimento administrativo e receberam orientações, mas permanecem na unidade escolar, segundo a pasta.

O Conselho Tutelar acompanha o caso e participou de reunião com a direção da creche, a família e os advogados. A entidade cobrou a presença de um psicólogo para atendimento à criança e à comunidade escolar; até o momento, disse a conselheira, não houve confirmação de que o acompanhamento psicológico coletivo tenha sido realizado. A Secretaria da Saúde informou que a mãe foi acolhida no CAPS II Norte e iniciou acompanhamento psicoterápico, e que as crianças receberam atendimento psicológico na UBS Aeroporto e acompanhamento no Hospital das Clínicas.

A defesa da família afirma que já houve um boletim de ocorrência anterior, arquivado, e que a nova notícia-crime busca garantir investigação sobre a materialidade e a autoria dos fatos. A Prefeitura e a polícia mantêm que as apurações prosseguem para esclarecer as denúncias.