A gestora Mapa Capital passou a deter 85,5% do Grupo Casas Bahia após converter debêntures em ações ordinárias da rede, segundo comunicados da companhia. O movimento reduziu a dívida do grupo para cerca de R$ 1,6 bilhão e deve gerar uma economia anual em despesas financeiras estimada em R$ 230 milhões.
Em Ribeirão Preto, onde o grupo mantém quatro lojas, incluindo a bandeira Ponto, e um centro de distribuição, a transação marca a mais recente etapa da reestruturação financeira iniciada em 2023. A varejista havia enfrentado forte pressão por custos financeiros após o período pós-pandemia e, em 2024, implementou uma recuperação extrajudicial para alongar prazos e cortar despesas.
Desde então, a companhia adotou medidas operacionais para retomar competitividade: redução de estoques, retorno a campanhas de marketing tradicionais, lançamento da plataforma CasasBahia Ads, investimentos no aplicativo e em novos formatos de loja. A conversão da dívida em capital acionário foi apresentada pela empresa como um passo estratégico para fortalecer a estrutura de capital e reduzir o custo financeiro no atual cenário macroeconômico.
A Mapa Capital comprou os créditos detidos por Bradesco e Banco do Brasil e, conforme informado, conseguiu manter as linhas de crédito com essas instituições, o que, na avaliação da gestora, dará fôlego para a retomada do crescimento. Fernando Beda, sócio da Mapa, afirmou acreditar no potencial do grupo, enquanto o presidente do Grupo Casas Bahia, Renato Franklin, destacou que a operação contribui para a solidez financeira da companhia.
Com a operação, os antigos acionistas — entre eles membros da família do fundador Samuel Klein — perderam participação relevante no capital. Fontes apontam que o acionista Michel Klein, que detinha 3,8% das ações, manifestou intenção de tentar retornar ao conselho em 2026, e analistas acompanham como será a relação entre ele e a nova controladora. Procurada, a Mapa Capital não se manifestou além das informações divulgadas pela companhia.