A projeção mais recente do mercado, divulgada em 29 de setembro, indica que as mensalidades de escolas e universidades particulares em São Paulo devem subir em média 9,8% em 2026, patamar superior ao dobro da inflação projetada para o ano.
Em Ribeirão Preto, onde há mais de 400 instituições privadas de ensino, pais e responsáveis já foram alertados sobre a possibilidade de reajustes próximos a esse percentual. O levantamento do Boletim Focus do Banco Central, com base na evolução do IPCA, mostrou expectativa de inflação ao redor de 4% para 2026, o que deixa o aumento das mensalidades bem acima do índice oficial.
Consultorias especializadas, como o Grupo Rabbit e o IBEE, apresentam estimativas semelhantes: a Rabbit fala em média de 9,8%, enquanto o IBEE aponta faixa entre 5% e 11,5%. Fontes que pesquisaram a situação financeira das escolas citam fatores que pressionam os custos: remuneração de professores (que responde por grande parcela das despesas), investimentos pedagógicos, como programas bilíngues e tecnologias, e o endividamento que persistiu após a pandemia.
Em estudo com 308 instituições, a Rabbit identificou que cerca de 70% das escolas estão mais endividadas do que antes de 2020, e quatro em cada dez pretendem reajustar as mensalidades em 10%. O impacto esperado varia conforme o porte das instituições. Escolas de pequeno porte (até 80 alunos) estimam correção média menor, na casa de 8,4%, ao passo que grandes colégios (mais de 850 alunos) projetam aumentos ao redor de 9,2%.
Segundo as consultorias, os recursos adicionais seriam aplicados em atividades extracurriculares, infraestrutura e na manutenção da qualidade pedagógica. Pela legislação estadual, as instituições só podem reajustar valores uma vez por ano e precisam divulgar a anuidade com antecedência mínima de 45 dias do encerramento do período de matrícula, além de apresentar planilhas que justifiquem a elevação.
Não existe teto legal para o percentual de correção. Em 2025, o reajuste médio das mensalidades em São Paulo também ficou acima da inflação oficial, e as estimativas para 2026 sinalizam nova rodada de aumentos que tende a pressionar o orçamento das famílias ribeirão-pretanas nos próximos meses.