Desde a primeira denúncia registrada em 26 de maio, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) já confirmou 238 mortes de equinos associadas ao consumo de rações produzidas pela empresa Nutratta Nutrição Animal Ltda.
As investigações abrangem propriedades nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Alagoas, onde apenas os animais que ingeriram os produtos da empresa apresentaram sintomas e óbitos, enquanto os que não consumiram permaneceram saudáveis.
Além desses casos, o Mapa apura outras ocorrências em diferentes regiões, incluindo 40 mortes no sudoeste da Bahia, 70 em Goiânia (GO), 34 em Jarinu (SP), 10 em Santo Antônio do Pinhal (SP), 18 em Uberlândia (MG), 8 em Guaranésia (MG), 8 em Jequeri (MG) e 7 em Mariana (MG). A apuração desses novos casos enfrenta dificuldades devido à falta de registros formais por meio da Ouvidoria oficial.
O estabelecimento da Nutratta foi inspecionado pela última vez em fevereiro de 2025, e, diante das irregularidades detectadas, o Mapa instaurou processo administrativo, aplicou auto de infração e determinou a suspensão cautelar da fabricação e comercialização de rações para equídeos. Posteriormente, essa suspensão foi ampliada para todas as rações destinadas a diferentes espécies, após a identificação de alcaloides pirrolizidínicos em amostras coletadas, substâncias tóxicas incompatíveis com a segurança alimentar animal.
A empresa foi notificada para recolher os lotes afetados, mas até o momento não apresentou comprovação da conclusão desse processo, o que mantém os alertas ativos para autoridades e consumidores. Uma decisão judicial permitiu parcialmente que a Nutratta retomasse a produção e venda de rações não destinadas a equídeos, mas o Mapa recorreu da decisão, destacando os riscos sanitários e a necessidade de manter as medidas preventivas.
Em nota oficial, a Nutratta expressou solidariedade aos criadores e profissionais do setor equestre, ressaltando seu compromisso com a apuração rigorosa dos fatos e a colaboração com as autoridades. A empresa reforçou que suas linhas de nutrição para equinos e bovinos são desenvolvidas independentemente, e que até o momento não há evidências de contaminação nos produtos destinados à bovinocultura. A unidade fabril responsável pela linha equina foi interditada preventivamente pelo Mapa no dia 4 de julho, com amostras de matérias-primas e produtos sendo submetidas a análises laboratoriais detalhadas.
O Ministério da Agricultura reforça seu compromisso com a segurança da cadeia agropecuária e convoca tutores, criadores e veterinários a formalizarem denúncias ou contribuírem com informações por meio da Ouvidoria oficial, para que as investigações avancem e medidas adequadas sejam tomadas.