O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, decretou na tarde desta sexta-feira (26) a prisão preventiva de Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal. A decisão ocorreu depois que Vasques rompeu a tornozeleira eletrônica, deixou a prisão domiciliar e foi detido no Paraguai ao tentar embarcar para El Salvador.
Segundo informações da Polícia Federal repassadas ao ministro, o sinal do dispositivo deixou de ser registrado por volta das 3h da madrugada de quinta-feira (25). Agentes foram à residência do ex-diretor em São José (Santa Catarina) e constataram que ele não estava no local. Na manhã desta sexta, a PF confirmou que Vasques havia sido preso por autoridades paraguaias e que será trazido de volta ao Brasil.
Na avaliação de Moraes, a evasão caracterizou violação das medidas cautelares impostas e justificou a conversão das restrições em prisão preventiva. O ex-diretor cumpria prisão domiciliar com uso de tornozeleira e tinha o passaporte cancelado desde a concessão de sua liberdade provisória.
Vasques foi condenado a 24 anos e seis meses de prisão no processo relacionado ao chamado Núcleo 2 da investigação sobre a tentativa de manter o então presidente Jair Bolsonaro no poder. A acusação afirma que, enquanto chefiava a PRF, ele ordenou operações em locais com maior intenção de voto na chapa adversária para dificultar o acesso de eleitores às urnas.
Detido preventivamente em agosto de 2023, Vasques passou cerca de um ano preso antes de ter a liberdade condicionada ao cumprimento de medidas cautelares. Com a nova decisão de Moraes, ele deverá voltar a cumprir regime fechado após o retorno ao território nacional e os procedimentos de extradição e transferência forem concluídos.