Boeing caiu em uma área residencial, colidindo com um albergue

Um avião da Air India com destino a Londres caiu pouco depois de decolar de Ahmedabad, no oeste da Índia, nesta quinta-feira (12), deixando mais de 200 mortos entre os 242 ocupantes, segundo autoridades. Este é considerado o pior desastre aéreo global em dez anos.

Veja o momento da queda

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A aeronave colidiu com um prédio residencial nas proximidades do aeroporto, atingindo o alojamento de uma faculdade de medicina por volta do horário do almoço. O destino final era o Aeroporto de Gatwick, no sul da capital britânica.

O chefe da polícia local, G.S. Malik, informou à agência Reuters que 204 corpos já foram encontrados no local da tragédia. Não há registro de sobreviventes até o momento. O jornal Indian Express, com base em informações policiais, afirmou que todas as 242 pessoas a bordo morreram.

Entre os mortos podem estar tanto passageiros quanto moradores da área atingida. Parentes das vítimas estão sendo chamados para fornecer amostras de DNA que ajudarão na identificação, de acordo com o secretário estadual de Saúde, Dhananjay Dwivedi.

“O edifício atingido servia de dormitório para médicos. Já conseguimos liberar entre 70% e 80% da área, e o restante deve ser liberado em breve”, relatou um policial à imprensa.

Fotos e vídeos mostram partes da aeronave espalhadas em volta do prédio. A cauda do avião ficou presa no topo da construção.

Segundo o canal CNN News-18, o avião atingiu o refeitório do albergue da faculdade de medicina estatal B.J. Medical College, causando também mortes entre os estudantes.

Havia 217 adultos, 11 crianças e dois bebês no voo, segundo uma fonte ouvida pela Reuters. A Air India informou que entre os passageiros estavam 169 indianos, 53 britânicos, sete portugueses e um canadense.

O Flightradar24, site especializado em rastreamento aéreo, identificou o modelo da aeronave como um Boeing 787-8 Dreamliner, um dos mais modernos em operação comercial.

Esse é o primeiro acidente envolvendo esse modelo desde que entrou em serviço em 2011, de acordo com a Aviation Safety Network. O avião acidentado foi fabricado em 2013 e entregue à Air India em janeiro de 2014.

A companhia aérea afirmou, por meio da rede social X (antigo Twitter), que está apurando os fatos e divulgará mais informações em breve.

Momento do acidente

O acidente ocorreu logo após a decolagem. Imagens exibidas por canais de TV mostram o avião voando sobre uma área urbana antes de desaparecer e, em seguida, uma explosão em chamas.

As cenas mostram destroços em chamas e fumaça densa subindo ao céu. Equipes de emergência aparecem socorrendo feridos em macas e ambulâncias.

Poonam Patel, familiar de uma das passageiras, contou à agência ANI que sua cunhada estava a bordo e recebeu a notícia do acidente cerca de uma hora após a decolagem.

Ramila, mãe de um estudante da faculdade atingida, disse que o filho estava no dormitório no momento da tragédia, durante o intervalo do almoço. Ele conseguiu pular do segundo andar e sofreu ferimentos leves.

Segundo o controle aéreo do aeroporto de Ahmedabad, o avião partiu às 13h39 (horário local) da pista 23 e emitiu um alerta de emergência logo após a decolagem. Depois disso, perdeu-se o contato.

O último sinal do avião foi registrado segundos após a decolagem, segundo o Flightradar24.

Anthony Brickhouse, especialista em segurança aeronáutica dos EUA, chamou a atenção para o fato de que o trem de pouso ainda estava abaixado, o que é incomum para aquele estágio do voo. “Quem visse pensaria que o avião estava prestes a pousar, não decolando”, comentou.

A Boeing declarou que acompanha o caso e está reunindo informações. As ações da empresa caíram 6,8% nas negociações de pré-mercado, chegando a US$ 199,13.

A GE Aerospace, responsável pelos motores da aeronave, disse que enviará uma equipe à Índia para analisar os dados da cabine.

O governo britânico declarou que está em contato com as autoridades indianas para entender as circunstâncias do acidente e apoiar os afetados.

“O desastre em Ahmedabad nos chocou profundamente”, escreveu o primeiro-ministro indiano Narendra Modi na rede X. “É uma tragédia comovente”, completou.