Desde novembro de 2023, Franca tem enfrentado uma série de ações para combater esquemas de agiotagem que movimentaram dezenas de milhões de reais.

Naquele mês, o Gaeco prendeu dez suspeitos ligados a uma quadrilha que atuava com empréstimos ilegais e uso de violência para cobrança. Pouco depois, outra operação capturou seis integrantes de um grupo familiar envolvido em esquema semelhante, incluindo um ex-policial civil, Rogério Camillo Requel, que foi preso em janeiro de 2024.

Em abril deste ano, a cidade registrou um homicídio relacionado a esse tipo de crime, quando um jovem de 20 anos foi esfaqueado durante uma cobrança de dívida. Na última terça-feira, 3 de junho de 2025, o Gaeco e a Polícia Militar deflagraram a segunda fase da Operação "Castelo de Areia", que resultou na prisão de 16 novos suspeitos.

Segundo as investigações, estes envolvidos movimentaram cerca de R$ 31 milhões, mantendo o grupo ativo mesmo após as prisões anteriores. Durante a ação, foram apreendidos artigos de luxo, dinheiro em espécie e cheques.

O promotor Rafael Piola destacou que o aumento da violência associada à agiotagem intensificou o trabalho das equipes em Franca. Em dezembro de 2024, sete acusados da primeira fase da operação foram condenados a penas que variam entre 20 anos de reclusão e detenção, por crimes como lavagem de dinheiro, organização criminosa, usura e corrupção.

A Justiça ressaltou o esquema de dissimulação da origem ilícita dos recursos por meio de empresas de fachada e bens de luxo. Apenas a defesa de dois réus anunciou recurso contra a decisão judicial.

As ações continuam para desarticular completamente as quadrilhas que atuam na região, com o objetivo de reduzir os crimes violentos e a agiotagem em Franca.