Conflito entre Israel e o Hezbollah é o pior em mais de 18 anos

 Um ataque israelense por volta das 3h da manhã desta sexta-feira (27) matou nove pessoas da mesma família na cidade fronteiriça de Shebaa, no sul do Líbano, incluindo quatro crianças, disse o prefeito Mohammad Saab à Reuters.

O ministro da Saúde libanês, Firass Abiad, afirmou que 25 pessoas foram mortas em ataques israelenses no Líbano desde as primeiras horas de hoje.

Netanyahu

Israel continuará a discutir propostas de cessar-fogo para o Líbano nos próximos dias, disse o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu nesta sexta-feira, enquanto Washington advertiu que uma nova escalada só tornaria mais difícil para os civis de ambos os lados voltarem para casa.

O ministro das Relações Exteriores de Israel rejeitou nesta semana os apelos globais por um cessar-fogo com o grupo Hezbollah, apoiado pelo Irã, e o país prosseguiu com os ataques aéreos que mataram centenas de pessoas no Líbano e aumentaram os temores de uma guerra regional.

 Os ataques israelenses já mataram mais de 600 pessoas no Líbano desde segunda-feira, segundo o Ministério da Saúde.

O Hezbollah disse ter disparado foguetes contra Israel em Kiryat Ata, perto da cidade de Haifa, a cerca de 30 km da fronteira, e na cidade de Tiberíades, declarando que os bombardeios foram uma resposta aos ataques israelenses contra vilarejos, cidades e civis.

Embora as defesas aéreas israelenses tenham derrubado muitos dos foguetes do Hezbollah, limitando os danos causados por eles, os ataques do grupo abalaram a vida normal em grande parte do norte de Israel, à medida que mais áreas caem na mira.

Os militares israelenses disseram que interceptaram quatro aeronaves não tripuladas que cruzaram do território libanês para o espaço marítimo ao largo da costa de Rosh Hanikra, na fronteira libanesa.

O conflito entre Israel e o Hezbollah, fortemente armado, é o pior em mais de 18 anos e faz parte dos efeitos que varreram o Oriente Médio como resultado da guerra de Gaza.

A mídia estatal síria informou que um ataque aéreo israelense hoje matou cinco soldados na Síria, onde Israel intensificou uma campanha de anos com o objetivo de reverter a influência do Irã e do Hezbollah.

Os Estados Unidos (EUA) e a França propuseram nesta semana uma trégua imediata de 21 dias na fronteira libanesa-israelense, e disseram que as negociações continuavam, inclusive à margem de reunião das Nações Unidas em Nova York.

Netanyahu afirmou que as equipes israelenses se reuniram para discutir as propostas de cessar-fogo dos EUA na quinta-feira e continuariam as discussões nos próximos dias, acrescentando que aprecia os esforços dos EUA.

"Nossas equipes se reuniram (em 26 de setembro) para discutir a iniciativa dos EUA e como podemos avançar na meta compartilhada de levar as pessoas de volta para suas casas em segurança. Continuaremos essas discussões nos próximos dias", disse ele em comunicado.

Ontem, depois que Netanyahu partiu para Nova York, onde está participando da Assembleia Geral das Nações Unidas, seu gabinete divulgou declaração dizendo que o primeiro-ministro havia ordenado que as tropas israelenses continuassem a lutar com força total no Líbano.