Onda de calor em dezembro preocupa tutores: veterinários alertam para riscos de hipertermia em pets

Veterinários da região de Ribeirão Preto relatam que os animais chegam aos consultórios ofegantes, letárgicos e com sinais de sofrimento respiratório

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Nando Medeiros
· 2 minutos de leitura
Onda de calor em dezembro preocupa tutores: veterinários alertam para riscos de hipertermia em pets

O forte calor que atinge o país nos últimos dias de 2025, com alertas do Inmet para onda de calor nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, tem aumentado os atendimentos veterinários por casos de hipertermia em cães e gatos. Veterinários da região de Ribeirão Preto relatam que os animais chegam aos consultórios ofegantes, letárgicos e com sinais de sofrimento respiratório. Diferentemente dos humanos, que transpiram por toda a pele, cães e gatos regulam a temperatura sobretudo pela respiração, o que os deixa mais vulneráveis quando as temperaturas sobem.

Profissionais destacam grupos de risco: animais de pequeno porte e raças braquicefálicas (como yorkshire, pinscher, shih-tzu, bulldog e bulldog francês), além de algumas linhagens felinas como o persa. Cães grandes e de pelagem densa, por exemplo, golden retriever, samoieda e São Bernardo, também demandam cuidado extra, pois aquecem rápido e sofrem em esforço físico sob sol intenso.

Sinais de alerta que exigem atenção imediata incluem respiração muito rápida e ofegante, cansaço excessivo, deitar com a barriga no chão frio, língua arroxeada, mucosas avermelhadas, dificuldade de locomoção, excesso de secreção ocular e queimaduras nas patas. Veterinários avisam que, quando ignorados, esses sintomas podem evoluir rapidamente para quadros graves e até fatais, sendo necessário buscar atendimento emergencial.

Para reduzir o risco, especialistas recomendam adiar passeios para horários de menor calor, preferencialmente cedo pela manhã (entre 6h e 8h) ou à noite (após as 19h), e evitar saídas entre 9h e 18h enquanto a onda de calor perdurar. Manter a casa fresca, oferecer água sempre disponível e alimentos mais frios (frutas ou cubos de ração/ração úmida congelada) ajuda a prevenir desidratação. Sugestões práticas incluem tapetes ou toalhas resfriadas para os animais deitarem, uso de panos úmidos nas axilas e região inguinal e produtos gelados próprios vendidos em pet shops.

Um alerta enfático: jamais deixar o animal dentro do carro mesmo por poucos minutos, a temperatura interna sobe rapidamente e pode causar hipertermia grave em minutos. Ao notar qualquer sinal de dificuldade respiratória ou desorientação, o tutor deve procurar uma clínica veterinária imediatamente.

Com a continuidade do bloqueio atmosférico e das altas temperaturas até o fim do ano, a orientação das equipes de saúde animal é redobrar a vigilância e priorizar medidas preventivas para proteger cães e gatos neste verão intenso.