Operação Spare desmonta esquema de lavagem ligado a postos, motéis e fintech; R$ 7 bi em autos de infração

A ação mobilizou mais de 110 policiais do Comando de Choque e de unidades especializadas, além de equipes da Receita Federal, da Secretaria da Fazenda, da Procuradoria-Geral do Estado e do Ministério Público

  • Go to the profile of  Nando Medeiros
Nando Medeiros
· 2 minutos de leitura
Operação Spare desmonta esquema de lavagem ligado a postos, motéis e fintech; R$ 7 bi em autos de infração

Uma operação conjunta prendeu novos elos de um esquema que movimentava recursos ilícitos no setor de combustíveis e em empresas de fachada. Batizada de Operação Spare, a ação integrada pela Polícia Militar, Ministério Público e Secretaria da Fazenda de São Paulo cumpriu mandados de busca e apreensão e mirou uma organização responsável por autos de infração que somam mais de R$ 7 bilhões e por débitos inscritos em dívida ativa superiores a R$ 500 milhões.

Desde a manhã desta quinta-feira foram executados 25 mandados em endereços na capital e em cidades da Grande São Paulo, da Baixada Santista e do Vale do Paraíba. As investigações, iniciadas em 2020 a partir da apreensão de equipamentos em uma casa de jogos clandestinos em Santos, apontaram para uma estrutura de lavagem de dinheiro que incluía 267 postos de combustíveis, uma rede de motéis e uma fintech que servia como intermediária das transferências entre os envolvidos.

Segundo o Ministério Público, a análise das movimentações financeiras mostrou pagamentos e compras coordenadas, entre elas operações para aquisição de metanol destinado a abastecer postos, e a utilização de empresas de fachada para ocultar a origem dos recursos. Entre 2020 e 2024, mais de 60 motéis foram identificados como parte da malha de lavagem, com movimentações que somaram cerca de R$ 450 milhões.

Autoridades estaduais destacaram o papel da inteligência fiscal para mapear vínculos cadastrais entre pessoas e empresas e bloquear a criação de novas sociedades relacionadas ao grupo. O subsecretário adjunto da Receita Estadual informou que medidas preventivas foram adotadas para evitar a continuidade das operações financeiras ilegais.

A ação mobilizou mais de 110 policiais do Comando de Choque e de unidades especializadas, além de equipes da Receita Federal, da Secretaria da Fazenda, da Procuradoria-Geral do Estado e do Ministério Público. A Operação Spare é um desdobramento da investigação conhecida como Carbono Oculto, deflagrada em agosto, que já havia revelado esquema semelhante com participação de membros de uma facção criminosa.

As autoridades afirmaram que a operação tinha como objetivo principal a desarticulação da estrutura financeira do grupo, reduzindo sua capacidade de atuar no mercado formal e de financiar atividades ilícitas. As investigações seguem em curso e prisões e bloqueios de bens e contas foram anunciados pelas autoridades envolvidas.