Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto revelou que o canabidiol pode ser eficaz no tratamento da dor neuropática crônica associada a transtornos psiquiátricos, como a depressão.
A investigação, realizada com animais, foi publicada na revista Neuroscience and Behavioral Physiology e comparou os efeitos do canabidiol com os da fluoxetina, medicamento tradicional para depressão. Segundo os resultados, enquanto a fluoxetina atuou apenas nos sintomas depressivos, o canabidiol apresentou propriedades tanto antidepressivas quanto analgésicas.
A pesquisadora Priscila Medeiros de Freitas, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, destacou que a busca por novas alternativas terapêuticas é importante, pois uma parcela significativa de pacientes com dores crônicas não responde aos tratamentos convencionais.
Ela ressaltou que o canabidiol, composto extraído da cannabis, tem potencial para tratar diversas condições neurológicas, psiquiátricas e dores crônicas, mas alertou para a necessidade de mais estudos para confirmar seus benefícios no tratamento da dor neuropática e suas comorbidades.
Além disso, Priscila enfatizou que o canabidiol não deve substituir as terapias já estabelecidas. Na pesquisa, foram avaliados os efeitos da fluoxetina na dose de 20 mg/kg e do canabidiol em diferentes concentrações (3, 10 e 30 mg/kg) em ratos com lesão no nervo ciático.
A dose utilizada de fluoxetina foi previamente validada para reduzir sintomas depressivos nos animais, enquanto as doses de canabidiol permitiram observar respostas variadas conforme a quantidade administrada. O estudo completo está disponível na publicação científica mencionada.