Um índice divulgado neste mês pelo Instituto Natura e pela Avon apontou que a maior parte da população brasileira ainda não se sente preparada para apoiar mulheres em situação de violência. A pesquisa, aplicada entre junho e agosto de 2025 com 4.224 pessoas maiores de 18 anos em todas as regiões do país, revelou que 62% dos entrevistados afirmam não ter informação suficiente para intervir ou prestar ajuda.
O levantamento classificou apenas 29% dos participantes com nível alto ou muito alto de conscientização sobre o tema, enquanto 28% apresentaram níveis baixos ou muito baixos. O índice avaliou conhecimentos sobre leis e tipos de violência (física, sexual, patrimonial, moral e psicológica), atitudes diante de casos de agressão e valores que moldam a percepção social do problema.
Os dados mostram ainda contradições entre discurso e prática: embora 98% das mulheres tenham declarado que tomariam alguma providência caso sofressem violência, predominantemente acionando a polícia, entre as que efetivamente passaram por agressão, apenas 73% buscaram ajuda. A maioria delas recorreu a vias informais, sem formalizar denúncia.
A pesquisa também aponta que 40% dos brasileiros não recordam ter visto campanhas sobre violência contra a mulher nos últimos 12 meses e que 60% acreditam que conflitos de casal devem ser resolvidos somente entre os parceiros. Além disso, 15% disseram que não interviriam por considerarem o assunto “assunto alheio”.
O levantamento foi realizado em seis países da América Latina (Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Peru e México) e identificou padrões semelhantes em toda a região: em todos os países pesquisados, mais de um terço da população declarou falta de informação para ajudar uma mulher em situação de violência.
Para quem precisar denunciar ou orientar alguém, a Central de Atendimento à Mulher funciona 24 horas por dia, sete dias por semana, com atendimento anônimo. Os canais são: telefone 180 e WhatsApp (61) 9610-0180.