Um levantamento recente realizado pelo Procon-SP, órgão vinculado à Secretaria de Justiça e Cidadania, apontou que o custo de medicamentos no Estado de São Paulo pode variar até 20 vezes entre diferentes farmácias.

A pesquisa, que avaliou preços em lojas físicas e sites de drogarias entre os dias 26 e 28 de maio, identificou disparidades de até 2.000% nos preços de medicamentos genéricos e 245,65% nos remédios de referência. A análise foi feita considerando pagamentos à vista com o maior desconto disponível para o consumidor comum.

Entre os medicamentos genéricos, a maior diferença de preço foi observada na tadalafila, utilizada principalmente para tratamento de disfunção erétil, mas que tem tido seu consumo ampliado por pessoas que buscam melhorar o rendimento esportivo. A venda desse medicamento saltou de 21,4 milhões de unidades em 2020 para 67,7 milhões em 2024, conforme dados da Anvisa. Na capital paulista, uma caixa de 30 comprimidos de tadalafila 5 mg foi encontrada por R$ 4,27 em um estabelecimento e por R$ 93,58 em outro, diferença superior a 2.000%. Já na internet, a versão de 20 mg com 4 comprimidos variou de R$ 2,64 a R$ 43,59.

No segmento dos medicamentos de referência, a maior discrepância foi registrada na pomada Dexason (1 mg/g), vendida entre R$ 5,17 e R$ 17,87 em São Paulo. Em vendas online, o medicamento Synthroid, usado para reposição hormonal, apresentou valores entre R$ 21,99 e R$ 54,39.

No interior do estado, a pesquisa foi presencial e abrangeu cidades como Campinas, Bauru, Jundiaí, Santos, São José dos Campos e Presidente Prudente. Nesta última, o citrato de sildenafila, também indicado para disfunção erétil, teve preço variando de R$ 1,99 a R$ 17,51, diferença de quase 780%. Em São José dos Campos, o vermífugo Zentel foi encontrado por R$ 8,20 em uma farmácia e R$ 19,80 em outra, variação de 141,46%.

De modo geral, os genéricos apresentaram preços cerca de 65% mais baratos em comparação aos medicamentos de referência nas farmácias físicas, e 67% mais baratos nos sites. As plataformas online, em média, oferecem preços inferiores aos do comércio tradicional, com genéricos custando 13,88% menos e remédios de referência 3,73% menos.

O Procon-SP alerta que, mesmo com a regulamentação do Preço Máximo ao Consumidor (PMC), que limita o valor máximo cobrado pelos medicamentos, ainda existem grandes diferenças nos valores cobrados. A entidade recomenda que os consumidores sempre comparem preços entre estabelecimentos físicos e virtuais, além de ficarem atentos às condições de venda e eventuais descontos oferecidos.