Pesquisador formado na FMRP conquista prêmios por estudo sobre transplante de células-tronco na esclerose sistêmica

Um estudo conduzido por Djúlio César Zanin, biólogo formado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP), recebeu dois prêmios em 2025

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Nando Medeiros
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Pesquisador formado na FMRP conquista prêmios por estudo sobre transplante de células-tronco na esclerose sistêmica

Um estudo conduzido por Djúlio César Zanin, biólogo formado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP), recebeu dois prêmios em 2025 por analisar os efeitos do transplante autólogo de células-tronco hematopoiéticas em pacientes com esclerose sistêmica. O trabalho, desenvolvido no Centro de Terapia Celular (CTC) do Hemocentro de Ribeirão Preto sob orientação da professora Maria Carolina de Oliveira Rodrigues, foi premiado no 31º Encontro de Reumatologia Avançada, realizado em maio em Ribeirão Preto, e também recebeu o Prêmio William Chahade no 42º Congresso Brasileiro de Reumatologia, em setembro, em Salvador.

A pesquisa investigou mudanças na epiderme, a camada mais superficial da pele, após o procedimento, destacando como essas alterações podem estar relacionadas aos mecanismos locais de inflamação e fibrose característicos da doença. Até então, a maioria dos estudos sobre esclerose sistêmica concentrava-se na derme; o trabalho de Zanin ampliou a atenção para a epiderme e correlacionou as modificações cutâneas com evolução clínica dos pacientes.

No protocolo analisado, as células-tronco hematopoiéticas são coletadas do próprio paciente, que passa por um regime de imunossupressão para eliminar os linfócitos autoreativos. Em seguida, as células são reinfundidas com o objetivo de reconstituir um sistema imunológico mais equilibrado. Segundo os autores, pacientes submetidos ao transplante apresentaram redução significativa da fibrose cutânea em semanas e meses, com repercussões positivas na função e na aparência da pele.

O médico residente em Reumatologia do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, Pedro Delghingaro Forti, colaborou com a coleta e a análise clínica dos casos, contribuindo para a avaliação das alterações pré e pós-transplante. Desde o mestrado, Zanin vem estudando as moléculas e células que integram o eixo inflamação-fibrose em indivíduos submetidos ao procedimento, reforçando o potencial do transplante autólogo como alternativa terapêutica para formas graves e progressivas da esclerose sistêmica.

Mais detalhes sobre o estudo foram divulgados pelo Jornal da USP Ribeirão Preto e pela equipe do CTC do Hemocentro de Ribeirão Preto.