Os planos de saúde são obrigados a cobrir o implante contraceptivo Implanon para mulheres de 18 a 49 anos, segundo determinação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A medida, anunciada em agosto, busca ampliar o acesso a um método considerado de alta eficácia no controle de gravidezes não planejadas.
Paralelamente, o Ministério da Saúde confirmou a distribuição do Implanon pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O governo prevê entregar 1,8 milhão de dispositivos até 2026, com 500 mil previstos ainda em 2025, em um investimento estimado de R$ 245 milhões. Atualmente, o implante custa entre R$ 2 mil e R$ 4 mil na rede privada.
O Implanon é um pequeno bastão flexível inserido sob a pele do braço em procedimento ambulatorial com anestesia local. Ele libera continuamente etonogestrel, um hormônio sintético que previne a ovulação e garante proteção por até três anos. Por ser um LARC (método contraceptivo reversível de longa duração), não depende de uso diário e apresenta taxa de falha muito baixa, cerca de 0,05%, inferior à vasectomia e a alguns tipos de DIU.
Médicos alertam para contraindicações: o implante não é recomendado para mulheres com antecedentes de câncer de mama, doença hepática grave, sangramento vaginal de origem desconhecida ou alergia ao etonogestrel. Reações locais como dor, inchaço e hematoma são as mais frequentes; infecções são raras e geralmente associadas a problemas na técnica de inserção. Após a remoção, a fertilidade costuma retornar rapidamente.
Caso uma operadora se recuse a cobrir o procedimento, a orientação é que a beneficiária registre reclamação diretamente junto à empresa e, se não houver solução, procure a ANS por meio dos canais oficiais. A medida integra ações do governo voltadas à redução da mortalidade materna e ao planejamento reprodutivo, com metas alinhadas a compromissos internacionais.