O empresário Nelson Francisco Carreira Filho desapareceu após participar de uma reunião de negócios em Cravinhos, interior de São Paulo, no dia 16 de maio.
As investigações da Polícia Civil indicam que Nelson pode ter sido vítima de homicídio motivado por desentendimentos comerciais envolvendo o uso de uma marca de produtos para emagrecer, patenteada por ele, e que gerava uma cobrança de R$ 100 mil ao parceiro Marlon Couto Paula.
Segundo o delegado responsável, Heitor Moreira Assis, no dia do encontro, a empresa de Marlon passou por uma dedetização que teria sido realizada para eliminar vestígios do crime. O procedimento, pago por Murilo Couto Paula — irmão de Marlon —, ocorreu durante o dia, quando os funcionários foram dispensados, e continuou à noite. Murilo assinou o documento de pagamento da dedetização, embora tenha negado envolvimento no caso, afirmando que foi ouvido apenas por ser parente de Marlon e por trabalhar na empresa.
O gerente da empresa, Tadeu Almeida, é apontado como participante ativo no crime. Ele confessou ter ajudado a ocultar o corpo de Nelson, além de ter levado o carro da vítima até São Paulo, onde o veículo foi encontrado abandonado na zona Norte da capital paulista. Conforme relato do gerente, Marlon teria efetuado um disparo que matou Nelson e, em seguida, transportado o corpo até um rancho em Miguelópolis, onde foi descartado no rio.
Durante as perícias no local da reunião, vestígios de sangue foram detectados com o uso de luminol. A esposa de Marlon, Marcela Silva de Almeida, se entregou à polícia no dia 4 de junho e teria acompanhado o marido até São Paulo para dar suporte à família de Nelson logo após o desaparecimento.
Além das apurações sobre o desaparecimento, a polícia investiga a comercialização irregular de suplementos alimentares pelas empresas de Marlon. A suspeita envolve falsificação de alimentos e medicamentos, sem autorização dos órgãos reguladores como a Anvisa. Um inquérito separado está em andamento para apurar essas denúncias.
O delegado Heitor prevê que o inquérito principal será concluído em breve e que poderá solicitar a prisão preventiva de pelo menos um dos suspeitos, possivelmente o gerente Tadeu. A defesa de Marlon recentemente mudou de advogado, mas o novo representante não se manifestou até o momento. Já o advogado de Murilo nega sua participação ou conhecimento do crime.
O caso segue sob investigação com expectativa de desdobramentos nos próximos dias.