A Polícia Civil de Ribeirão Preto finalizou o inquérito que apurou o acidente envolvendo o vereador Roger Ronan da Silva (MDB), conhecido como Bigodini. A investigação concluiu que o parlamentar era quem conduzia o veículo na madrugada do dia 28 de setembro, contrariando as versões iniciais apresentadas por ele e pela companheira.
Perícias em imagens de circuito interno e testemunhos teriam sido determinantes para identificar o motorista. Em gravações analisadas, o homem ao volante veste roupas claras, compatíveis com as vestimentas atribuídas ao vereador, enquanto o outro ocupante aparece com roupas escuras, que coincidem com as da mulher. A autenticidade dos vídeos foi confirmada por exame técnico.
A apuração também aponta consumo de bebidas alcoólicas em diferentes locais da cidade em horários anteriores ao acidente. Laudos e depoimentos indicam que o parlamentar ingeria caipirinhas, cerveja e whisky com refrigerante enquanto dirigia em vários trechos de Ribeirão Preto e na Rodovia Anhanguera.
A perícia de trânsito registrou excesso de velocidade em diversos pontos do trajeto, com registros que chegam a 183 km/h na rodovia. Entre os trechos mapeados estão: Avenida Presidente Vargas (113 km/h), Avenida Maurílio Biagi (131 km/h), Avenida Brasil (131 km/h e 133 km/h em dois pontos), Rodovia Anhanguera (165 km/h e 183 km/h) e trechos finais próximos à Avenida do Café, onde foi identificado trânsito a 66 km/h, indicativo de que ali ocorreu a colisão.
Também há imagens que mostram o veículo quase colidindo com um poste e um muro minutos antes do acidente, segundo a polícia. Testemunhas e agentes da PM relataram odor de álcool, fala desconexa e dificuldade de equilíbrio por parte do vereador logo após a batida; ambos se recusaram ao teste do bafômetro na ocasião.
Com a conclusão do inquérito, o delegado responsável indiciou Roger Ronan da Silva pelos crimes de embriaguez ao volante, falsidade ideológica e fraude processual. A namorada do parlamentar foi apontada por falsidade ideológica, fraude processual e por ter prestado autoacusação falsa. Ambos foram indiciados e responderão em liberdade, com o procedimento agora remetido ao Judiciário.
A Câmara Municipal já havia instaurado, em 1º de outubro, uma Comissão Processante para apurar possível quebra de decoro do vereador; o Conselho de Ética tem até 180 dias para emitir parecer sobre eventual perda do mandato.